terça-feira, 14 de abril de 2009

Meu ceticismo

Assim como a sinceridade, o ceticismo também é meu parceiro de jornada nesta longa estrada a qual chamamos de vida. Vida. Esta aí uma das palavras mais bonitas do nosso dicionário, no entanto tão abrangente que é impossível ter ela um só significado. A palavra vida só não é mais bonita que saudade. Sim, saudade. Na minha modesta opinião saudade é a palavra mais linda do nosso linguajar português, mesmo que o seu significado seja uma coisa que não gostamos de sentir: saudade. Mas como eu ia dizendo, o ceticismo caminha junto comigo, implicando uma condição intelectual de dúvida permanente e na admissão da incapacidade de compreensão de fenômenos metafísicos, religiosos ou mesmo da realidade. Eu que sempre tentei achar uma resposta para minha eterna falta de respostas, acabo de perceber que o conceito de cético encaixa perfeitamente no modelo da minha vida, onde tudo ou qualquer coisa vira motivo de questionamento. Questionando tanto as coisas que nos rodeiam, inevitavelmente eu acabo transformando o estar aqui, vivendo, num ato em questão.
Nunca gostei da Fiat e também não fiz esforço algum para esconder isso. Não sei quando surgiu este ranço, nem como surgiu. O fato é que eu passei a odiar a Fiat de tal forma que tudo que não prestava em relação a veículo automotor tinha o símbolo da montadora italiana estampado. Num belo dia me perguntei: Por que não gosto da Fiat? Claro que eu não tinha resposta. Imaginem, eu não sei de nada, então, como saberia isso? Impossível! Desde então procurei ser um pouco menos mau frente a Fiat. Parei de chamar seus carros de carroça e apenas comecei a dizer que não gostava dos mesmos, tão somente. Meu grande amigo Duda comprou um Pálio. Quando ele estava negociando o carro pediu pra mim ir junto (não sei porque, mas meus amigos gostam de me levar nas lojas pra negociar carros pra eles). Certo que eu não sabia que a idéia dele era comprar um Pálio, e, quando eu soube, aí a casa caiu. Horas a fio tentando convence-lo a mudar de idéia, infelizmente, sem sucesso. Quando o carro chegou, fui político, dei uma volta breve e disse que tinha gostado. E só. Até que no sábado que passou andei realmente no carro do Duda e consegui gostar de mais coisas além do painel (este realmente é muito bonito, tenho que admitir). Pela primeira vez sentado num banco de trás de um carro, escorei minha cabeça na coluna lateral e não tive esta quase que desnucada. A lateral do Pálio é macia e dá até pra dormir escorado nela. Pontos para a Fiat, que a partir de sábado subiu no meu conceito de forma vertiginosa. Quanto a comprar um Fiat? Bom, aí é outra história, afinal, a Volkswagem ainda está no mercado e isso é um fato preponderante.
Nunca gostei das críticas à minha pessoa, não sei porque, mas não lido bem com as críticas quanto a minha pessoa. Também não gosto quando colocam a prova o meu gauchismo ou a forma pela qual divulgo o tradicionalismo. Detesto quando há injustiça, por menor que ela seja. Agora pouco, instantes antes de escrever esta linha me irritei com a falta de bom senso que há no meu ambiente de trabalho. Nunca gostei de Big Brother e continuo não gostando, e admito que olhei o último programa só pra ter certeza que ia acabar mesmo. Nunca gostei de Orkut e pasmem! Passei a administrar o orkut do Grupo Fandangueiro. É, alguns conceitos precisam ser revistos. Nunca gostei de pagode e vou morrer não gostando (neste caso não tem margem de discussão). Enfim, pelo que se vê, sou cético quanto à verdadeira realidade do nosso mundo, quanto ao meu futuro, quanto às respostas de tantas perguntas que existem por aí. Contudo, quanto às coisas que não gosto eu sou efusivo e contundente. O que eu não gosto eu não gosto e pronto. Aliás, eu posso detestar também.
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Abraço e boa semana.

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