terça-feira, 7 de abril de 2009

Não bebo mais

A última vez que eu bebi de forma considerável foi na virada do ano de 2004 para 2005, depois praticamente parei. De lá para cá, portanto, se vão mais de quatro anos. No início era pela lembrança do reveilón, não que eu tenha bebido tanto assim, mas achei que deveria ficar longe do álcool por um tempo até que meu corpo ficasse realmente desintoxicado. O tempo foi passando e eu comecei a não sentir mais falta da bebida. Quando surgiu o extinto grupo Alma de Campo já havia dois anos que eu bebia esporadicamente, apenas, e acabei constatando que bebida com cantoria não combinavam. Preferi então priorizar minha carreira, tanto que, naquele ano (2007) fui colocar uma bebida alcoólica na minha boca pela primeira vez no mês de setembro, durante o Ronco do Bugio e em pouca quantidade. E isso porque iria ficar quinze dias sem subir no palco para cantar as músicas do nosso Rio Grande. Não sei o que me faz não sentir falta, no entanto estou vivendo bem assim e isso é o que importa.
A paixão nacional em matéria de bebida atende pelo nome de cerveja. Não há nada que se compare neste nosso país. A indústria nacional deste produto é de alta tecnologia, o que não impede, infelizmente, de termos produtos de má qualidade. Na outra ponta da história temos grandes marcas. Não quero entrar em detalhes aqui, mas mesmo não bebendo eu tenho as minhas preferências, que são duas: uma é a mais antiga e disparado a melhor do Brasil e a outra é melhor porque é daqui. E o resto é o resto, com o perdão da redundância. Para o brasileiro, moda é sair depois do horário de serviço para tomar uma cervejinha ou um choppinho (considero o chopp uma franquia da cerveja, sendo assim estão no mesmo patamar) com os amigos e colegas de trabalho. Uns levam na boa e sabem a hora certa de parar, outros enchem a cara todo dia e voltam para casa sem ter condições nem para andar, quem dirá para dirigir. Assim mesmo, com toda a campanha contra que há na mídia, dirigem e matam pessoas inocentes por aí. Não pensem que deixei de beber por isso, apenas lamento tais incidentes.
Aqui no nosso Rio Grande a cultura da cerveja no fim de tarde também existe, mas em contrapartida o consumo de outra bebida, o vinho, bate de frente com a cerveja. O maior produtor de vinho do Brasil é o nosso estado, concentrando-se as nossas maiores vinícolas na região serrana, principalmente em Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Garibaldi e Caxias do Sul. Cientificamente está comprovado que o vinho trás benefícios para o coração, claro, se for consumido em quantidades moderadas. Sabe como é, daqui a pouco a gauchada ta tudo borracha, com a desculpa de que o vinho faz bem para o coração. Entra aí a questão da colonização e da cultura. Eu por exemplo, me identifico muito com a cultura italiana e, portanto, prefiro muito mais o vinho à cerveja. Nada como um bom vinho e uma massa junto a uma lareira no inverno, principalmente se tivermos uma boa companhia ao lado, sentindo ainda por cima o minuano soprando nos campos dobrados de São Chico. Prefiro o vinho, mas também não o bebo. Controverso, eu.Eu não bebo mais. Só por hoje eu não bebi. Está é uma posição pessoal de alguém não vê na bebida (ou em qualquer outro vício) o remédio para curar as nossas feridas e para suportar as nossas mazelas. Se o caminho está distorcido, nunca se sabe qual é o ponto da chegada. Além do mais, no país em que vivemos, alguém sempre tem que estar sóbrio pra salvar as bebedeiras da sociedade.
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Forte abraço e uma boa semana a todos
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Um motivo especial impediu-me de postar este texto ontem: o aniversário do BLOG DO CAMPEIRO. Hoje, 07/04/2009 este espaço completa um ano de vida e em breve haverá uma postagem especial falando principalmente do blogueiro que está por trás disso tudo. Aguardem!

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