sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quem sabe amanhã

A cerca de cinco minutos atrás eu estava com uma mistura de sentimentos que surgia na raiva e terminava na decepção. Neste exato instante, contudo, já estou começando a melhorar o meu humor, afinal, sou uma pessoa racional e redundantemente por pensar, devo saber que de nada adianta a ira. O único problema que persegue é que, quando tenho algo engasgado na minha garganta, não sossego enquanto não abrir a boca e falar, e isso é um problema. Bueno, mas de problemas a vida de todo mundo está cheia e como hoje é sexta-feira, vou tratar de não reclamar, nem que pra isso eu tenha que mascarar o que estou sentindo e fazer de conta que está tudo bem, às mil maravilhas. Constantemente eu recebo e-mails falando principalmente na vida, buscando a renovação do ser humano. Na verdade eu imagino que seja isso, pois, raramente os abro. Na maioria das vezes deleto sem nem mesmo ler o título. Por que? Detesto corrente. Esta de que se tu não mandar para duzentos amigos algo de muito ruim vai acontecer contigo, comigo, não funciona. Classifico tal situação como desespero. Algo parecido com o que fazem estas igrejas que disseminam a suposta palavra de Deus em troca de noventa por cento do salário do fiel. Olha a polêmica Campeiro, fecha esta tua matraca. Enfim, sou uma pessoa que não acredita muito em profecias, seja qual for o profeta que a prega.
Um certo dia, um colega de colégio disse-me que eu tenho que acreditar naquilo que eu estou fazendo, que aquilo é o correto, sob pena de viver a vida inteira sem saber o que o certo e sem saber, assim sendo, o que é viver. A esta altura do ano, a beira do mês derradeiro de dois mil e nove, sempre procuro ser uma pessoas mais caridosa, mais compreensiva, e tento tirar da minha alma os melhores sentimentos bondosos possíveis, se é que os tenho. Aí me paro em frente a televisão, certamente um momento raro, e começo a prestar atenção com o intuito de tirar algo de produtivo daquilo que estou vendo. Aperto o botão da televisão e está dando novela. Assisto por cinco minutos e me obrigo a sair pra rua. Volto da rua e já está dando as notícias. Manchete: vendavais e alagamentos assolam o RS. Dou mais uma volta e me paro de novo em frente ao tubo (não, eu não tenho TV de plasma, lcd ou qualquer coisa parecida. Conversor? Têm. Mas é da antena comum que só pega um canal para a parabólica comprada em 1993 e que não têm controle remoto) e está dando novamente novela. Desta vez acho que consegui ficar no máximo uns três minutos olhando. Senhoras e Senhores, simplesmente não dá! Novelas representam a principal fonte de enganação que existe no Brasil. Nem político mente tanto. Vejamos a realidade que se mostra numa novela: é a realidade de qualquer país desenvolvido do mundo, menos, do Brasil. Piada! Jornais televisivos apesar da proximidade com o natal continuam dando manchetes de desgraças, assassinatos e latrocínios. O tempo não pára caro leitores. O natal apenas nos cega frente a realidade de dor e desesperança que existe em nossa sociedade. Não tem jeito!
Sei que pra quem prega que sexta-feira deve ser reservada para textos de cunho leve, o de hoje está bem pesado. Porém, não é do meu feitio ser omisso frente as coisas que estão a nossa volta. Natal não é sinônimo de comércio. Se você realmente quer cultivar o espírito natalino a partir de agora, comece dando um bom dia sincero para as pessoas a sua volta. Se tentar ser um pouco mais pragmático é ser chato, então eu sou um de carteirinha. Mas quem sabe a amanhã eu deixe a vida me levar? Quem sabe amanhã!
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Abraço e bom final de semana a todos.
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PS.: Grupo FANDANGUEIRO em Taquara amanhã!

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