segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sim sou chato

Creio que cada pessoa vem ao mundo destinada a uma vocação. Uns são melhores em alguma coisa, outros noutras. No meu caso, acho que tenho vocação para ser chato. É verdade! A cada dia que passa, acho que este sentimento, transtorno de personalidade, têm se feito mais presente em minha vida de forma e se tornar parte de mim. Sou um chato e pronto. De galocha? Não sei, talvez ainda não tenha atingido tal profundidade, contudo, se nenhum obstáculo cruzar o meu caminho muito em breve serei o mais novo chato de galocha, filiado ao sindicato da categoria, presente em nossa sociedade capitalista. Mas afinal, da onde surge esta chatice? Não sei, a resposta pode ser tão chata que eu tenho medo até de pensar. Em suma, o que ocorre é que me considerar um chato é o primeiro passo para me conscientizar que eu devo declinar deste emburramento que constantemente toma conta de mim, sob pena, de muito em breve, afastar todos que me cercam e os que gostam de mim. Oh negócio chato ser chato né? Pois é. Mais chato ainda é começar o texto desta segunda-feira com um assunto chato deste. Chatice a parte, segue o baile.
Pensei em tratar no texto de hoje sobre o lamentável episódio ocorrido semana passada na nossa capital, onde um rapaz de vinte e um anos morreu eletrocutado em uma para de ônibus da capital. O episódio por si só já é vergonhoso, agravado pelo fato de que a prefeitura municipal já tinha sido alertada das ocorrências simultâneas no local e nada fez. Estava pronto sim para tratar deste descaso, porém, venho batendo na marca a semanas e no fim, continuará tudo como está. É como chover no molhado, sabe? Nosso poder público é ineficiente em todas as instâncias e os políticos são parecidos em todos os graus. Se eu abandonei de vez a política? Não. Mas hoje em dia acompanho de longe, muito mais para saber emitir opiniões quando protelado, do que por interesse no assunto mesmo. Enfim, declinei da idéia de reclamar mais uma vez. O artifício da reclamação constante acaba por saturar a mente da gente de forma a desistirmos ou então nos contentarmos com muito menos. Deve ser assim que que os malandros que estão no poder pensam: Faz ele desistir no cansaço. E assim temos feito dia após dia: desistido por cansaço. Gaudério de fina estirpe não desiste da peleia jamais, é do nosso sangue. Agora é bem conhecido também que o gaúcho é um dos povos mais inteligentes do país, senão, o mais. Dessa forma, acabamos por darmo-nos conta da hora certa de tirar o time de campo antes do desgaste profundo. Retiradas estratégicas muitas vezes nos trazem mais força e sabedoria para saber o momento certo de voltar a agir.
Por fim, trato de um assunto não menos importante que os outros dois retratados acima: a falta de assunto. Quem acompanha-me ao longo destes dois anos de história deste blog sabe, que não foram inúmeras as vezes em que fui agraciado por esta fadiga intelectual. Não foi por isso que deixei de escrever das outras vezes, que deixo agora ou que deixarei daqui para frente. O mais importante de tudo é ter sapiência e sinceridade suficiente para reconhecer que hoje, uma segunda-feira, não é um dia bom. Aliás, não lembro de relatar nos últimos tempos uma segunda-feira que tenha me deixado muito animado. De qualquer forma, é melhor eu encerrar por aqui este assunto meio chato antes que a minha chatice se espalhe e estrague a semana de mais alguém. O cara chato né? Sou chato até para escrever um assunto chato. Você acha que eu acho chato ser chato? Eu não sei. Pensar nisso me deixa um pouco chateado. (hehehehe)
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Abraço e boa semana a todos.

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