quinta-feira, 1 de abril de 2010

Nós, bobos?

Coincidência ou não, hoje estamos a cerca de noventa dias, ou três meses em face da alternância na quantidade de dias/mês, do começo de mais um processo eleitoral no Brasil. O oficial, é claro, o permitido por lei, pois, na prática, já estamos no meio do barulho a alguns meses. Todo este rito sagrado dá-se a cada dois anos diferenciando, todavia, a circunstância e a pomposidade da eleição: escolha de Prefeito e Vereador ou Presidente, Governador, Senador e Deputados. Nem preciso dizer que o neste caso, a segunda opção é o exemplo mais celebre. Vou confessar para todos que já tive pretensões políticas, militância partidária e o sonho de ser Prefeito de São Francisco de Paula. Se eu disser agora que este sonho acabou eu estarei mentido, no entanto, ele é neste momento praticamente impossível, uma vez que, minhas pretensões políticas e minha militância partidária não existem mais. Tenho sim as minhas convicções, mas acho que concorrer mesmo eu não irei. O círculo político é muito desgastante e, convenhamos, engolir sapos não é bem a minha característica. Depois, sou independente demais para ficar restrito a diretrizes e ordenamentos partidários. Dizem que fazer política é uma arte. Talvez. Arte por arte, contudo, prefiro ficar com a minha música que me traz mais alegria, prazer e satisfação. Não costumo falar sobre o tema política neste blog. Abro uma exceção hoje tamanha a coincidência de datas: 1º de abril – 1º de julho = três meses para o começo das eleições brasileiras. Deixo bem claro que a seqüência do texto não traz cor ou bandeira partidária alguma.
Creio que nossos candidatos devem traçar a verdade como principal bandeira no seu palanque eleitoral. Vejamos os possíveis candidatos: Zé da Farmácia, um homem culto e estudado. Segundo ele próprio, o fato de ter cursado até a 5ª série do ensino fundamental lhe faz quase que um PhD. O que concordo, já que a maioria dos candidatos mal fez a quarta série. Ler e Escrever? Para que se tem um assessor que faz isso tão bem. Vejamos as propostas do Zé da Farmácia: distribuir remédios de graça para toda a população. Que maravilha né? Ver todo o povo tomando remédio, não precisando mais desembolsar valor algum para se auto-medicar. Acredito até que não precisaria mais de comida para o povo, afinal, todos tomariam suplementos alimentares. Saneamento básico? Bobagem, haveria remédio pras “bichas” também. Outro candidato é a Vilma Sacoleira. Pessoa de origem humilde, trabalhadora. Fez sua vida indo ao Paraguai buscar muamba para revender por aqui (dizem até que pealou ao lado dos gaúchos na guerra do Paraguai). Quando a fiscalização apertou, temendo ser presa mais rotineiramente (já fora umas nove vezes) resolveu migrar sua rota muambeira para a Vinte e Cinco de Março em São Paulo. Vilma Sacoleira promete dar sacola pra todo mundo. Dentro da sacola vai ter vale refeição, alimentação, transporte, gás, roupa e até, vale motel. Que momento hein? Se ela ganhar vou pedir as minhas contas, afinal, trabalhar para que? O terceiro nesta corrida armamentista, opa, digo, eleitoral, é o Miro da Peixeira. Nordestino arretado, porém, teve sorte na vida e conseguiu estudar mais que os outros candidatos. Abandonou o nordeste, casou com uma mulher que, creio eu, trabalha no ramo da construção. O Miro é um cara de fala mansa, de idéias ponderadas e e discurso generalizado. Não trabalha com uma proposta única mas com situações de governo amplo. Na prática, creio que será engolido pelo processo todo, uma vez que, neste caso vale a máxima da peneira de futebol: neguinho que chega dizendo que joga em qualquer posição é porque não joga em nenhuma. Para completar o pleito tem a Dona Margarida. Pessoa formada, defensora dos seres mais fracos deste país: os vivos não humanos. Dona Margarida em cada discurso que faz, trás consigo um par de vasos: num, uma margarida, afinal, ela tem que se auto promover, e, no outro, um mato qualquer para se mostrar intranqüila com a situação da Amazônia. De único entre os quatro, o discurso afinado da possibilidade dum país melhor, como todos alegres, felizes e contentes. Ufa! Me sinto até mais animado agora.
Em suma meu caros amigos e leitores, para não alongar as já constatadas delongas, encerro dizendo que o sentimento que me norteia neste momento é o de esperança: esperança em acreditar nesta gente que está aí querendo se transformar em presidente do nosso país, esperança neste país alegre, feliz e contente que todos dizem que sim, é possível. Esperança em acreditar que um dia, sim, um dia o povo acaba por abrir por completo os seus olhos. Estou realmente muito animado com este nosso pleito, tamanha, a “qualidade” de nossos candidatos. Pessoas íntegras, sinceras e trabalhadoras que jamais poderiam pensar em nos fazer de bobos. Hahahaha. País justo, de políticos honestos e sinceros e trabalhadores? Acho que na realidade mesmo, já estão nos fazendo de bobo todo o dia.,e há muito tempo. Eu tenho esperança que não estejam nos fazendo de bobo. Oh guri bobo...
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Abraço e bom feriado a todos.

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