segunda-feira, 7 de junho de 2010

Gaita velha de galpão

Uma pequena minoria diz que o dinheiro não é tudo. Outros, boa parte, concorda, porém, ressalta que ele trás felicidade. O restante quer saber é do bendito fruto mesmo, e o resto que fique para trás. E você, o que pensa disso? Eu, não levantarei a bandeira para nenhum dos casos pelo simples fato que não sou adepto a hipocrisia. Falar mal do dinheiro se hoje dependo dele para viver é algo, eu diria, meio fabuloso. Do tipo a “raposa e as uvas”, não acham? Lamentar que a dependência seja tamanha eu posso é claro. Mas só lamentar. Esta dependência é como chover no molhado: inevitável. A uns dias atrás eu cheguei a conclusão de que nos ultimo quatro anos eu venho trabalhando para pagar prestações de carro. Neste período já troquei três vezes de automóvel e até poucos dias atrás tava disposto a fazer a quarta. Ocorre que de uma ora para a outra, assim, como se eu tivesse acordado no susto, dei-me conta que viveria o resto da minha vida em função de um bem fungível, ou seja, que apenas se desvaloriza e na realidade verdadeira, com o perdão da redundância, não passa de um capricho consumista de nosso mundo capitalista. Em suma, o dinheiro. Ele não nos larga. A minha vida pede menos consumismo e meu corpo pede menos carro e mais caminhadas pelas manhãs frias. No lado que bate o sol, é claro.
Por falar em manhã fria, estamos diante da manhã mais fria do ano, pelo menos até agora eu creio. O tempo anda tão louco que toda ou qualquer afirmação acerca dele é muito precipitada. Assim, abstenho-me de maiores terias e passo a tratar do caso prático: já esta frio e ponto final. Eu continuo gostando do frio, acho que as pessoas se vestem melhor, o apetite pela boa comida é evidente e não há aquela sessão derretimento. O que não posso, contudo, é dizer que gosto da umidade. Na realidade a crueldade de tudo está na umidade. Pelos lados de São Chico, não só a umidade mostra suas garras como também o velho minuano de guerra. Na última quinta-feira, tive que abreviar minha caminhada pelos pavilhões da 14ª Festa do pinhão em virtude daquele ventinho que parece que encontrava todos os buracos que eu nem sabia que tinha na minha jaqueta. No mais, valeu muito a pena ter voltada a terra que tanto gosto e prestigiado as coisas da minha gente. Se você ainda não foi na festa do pinhão é melhor se apressar, pois termina no próximo domingo. Encerrei meu feriado comendo um churrasco flor dos buenos. Mas isso, isso é assunto para um novo parágrafo.
Tio Lambote velho de guerra nem parece que tava fazendo setenta e cinco primaveras. Um guri certamente. Não abandona a lida campeira jamais. Tiro de laço então, é muito mais que um esporte, é um ritual de vida. Pois o tio Lambote ganhou mais um ano de experiência sem perder a jovialidade do pensamento atual. Aposto que tem gente com muito menos idade com o pensamento muito mais atrasado. Eu quem sabe? (hehehe). Confesso a todos que meu pensamento inicial nem era ir no jantar de comemoração do seu aniversário, mais fui e que grata sabedoria: costela, picanha e uma carne de ovelha que emparelhava com as da Várzea do Cedro. Enfim, como é bom viver perto da gente da gente. Parabéns Lambote. Que o Patrão velho lhe mantenha esta pessoa única que és, cheio de saúde sempre. Tio Lambote é como uma gaita velha de galpão: nunca esquece a melodia do campo.
_
Abraço a todos e uma boa semana.
_
_
PS.: O Blog do Campeiro hoje está em festa pois esta é a postagem de nº 200. Aos amigos e amigas que me acompanham, mil gracias pela parceria de sempre.

Nenhum comentário: