terça-feira, 8 de junho de 2010

Roda gigante

Enfim, acho que tornei-me um apolítico. Não, não tenho ódio de política, mas ela também já não mais me fascina. Sim, continuo a ter as minhas convicções, todavia, elas já não se exteriorizam com tanta facilidade. Perdi o fio da meada? Acho que não. Creio ter chegado a conclusão que passou o meu tempo e faltou-me maior avidez pela coisa. Creio haver três tempos celebres para se entrar na política: o primeiro ainda na adolescência, entre os dezesseis e vinte e um anos quando o sentimento de mudança a qualquer preço esta a flor da pele e não se mede as conseqüências. O segundo, entre os trinta e cinco e os quarenta anos quando já se está numa situação profissional e familiar estável, e já-se-á uma bagagem emocional relativamente aceitável. E o terceiro entre os cinqüenta e cinco e os sessenta e cinco anos onde aparentemente não corre-se mais risco de cometer nenhuma bobagem e é quando, cansando da vida dura, a pessoa passa a traçar metas verdadeiramente reais: sem riscos, sustos e possibilidades de contratempos. Há uma serenidade emocional e uma experiência de vida de bastante utilidade. Como se diz na gíria boleira: faz-se pelos atalhos. Antes de seguir, saliento que esta é uma visão pessoalmente minha, com o perdão da redundância, não há nenhuma lei ou manual que sustentem esta minha teoria das três etapas.
Bueno, assim sendo, julgo procedente afirmar que a primeira etapa já não faz mais parte das minhas possibilidades. No período correspondente fui sim um militante estudantil e até partidário, contudo, não levei a coisa adiante e acreditem, nunca assinei ficha com partido político algum. Passei por momentos interessantes, conheci lideranças, participei de campanhas e discuti novas fórmulas para o desenvolvimento principalmente da cidade a qual sou um cidadão: São Francisco de Paula. No entanto, momentos lamentáveis também fizeram parte deste tempo, por exemplo, quando eu e meu pai brigamos em face de divergências ideológicas e partidárias. No fim das contas acho que o balanço da minha vida política até aqui fica num termo médio. Coisas boas e outras nem tanto. Em suma, como tudo na vida. Vocês, caros amigas e amigos leitores devem estar se perguntando o porquê deste texto logo agora. Eu sei que eu poderia estar falando da Copa do Mundo neste exato momento, porém, achei melhor expressar o sentimento do momento. Eu até posso falar em Copa do Mundo de Futebol. Acho que até vou, pois no fim das contas, como todo brasileiro, também me sinto na obrigação de comentar futebol. Mas haverá a hora certa para isso, e esta não é agora, nem é hoje.
A política que eu diria já foi até primeiro plano para mim hoje está relegada a quarto ou quinto numa escala de um até não sei quanto(hehehe). Na frente vem os e a que gosto, a música, o colorado e outras coisas. A política não aparece nas primeiras colocações certamente. O que aconteceu? Não sei. Talvez subi mais um degrau de maturidade nesta longa escada que começa no nascimento e termina na morte. O que ontem foi importante para mim, hoje nem tanto o é, e amanhã será menos ainda. Quem sabe no depois de amanhã volte a figurar nas primeiras posições e assim é a vida. Uma eterna roda gigante. Um dia se está por cima outras vezes se está por baixo. Parado ou andando talvez. Enfim, no fim das contas, a nossa vida sempre será uma eterna roda gigante. Uma comparação que só agora, dei-me por conta existir. Uma eterna roda gigante...
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Um abraço a todos.

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