sexta-feira, 18 de março de 2011

Montar de novo

Ala pucha tchê, que sexta-feira! Mas no fim parece que a tropa voltou pra estrada e segue o baile. Estive pensando ao longo da semana em algum assunto para tratar por aqui hoje sem, contudo, ter chegado a um veredito. Admito que do jeito que a coisa se caminhava hoje, não ia dar jeito de escrever nada e eu ia passar em branco, o que seria uma lástima sem dúvida. Mas como diria um qüera dos quatro costados, é no andar da carroça que as melancias se ajeitam, e eu, posso dizer que pelo menos esta semana parece ter sido assim realmente. Mas e os fandangos? É um bom questionamento. Aliás, se eu fosse tratar aqui da minha lida fandangueira certamente um mês não chegava pra contar todos os causos. Mas é de se pensar no assunto certamente. Abro os olhos para os periódicos mais próximos e chego a conclusão que não há nada de notícia boa para ser tratada por hoje. Os últimos dias têm sido padrão: escorrendo sangue nas páginas dos jornais e até revistas que o comércio escamba por aí. Não deixa de ser um escambo não acham? Vai dinheiro e vem produto. É acho que o conceito é muito mais abrangente. E por aí se vai o mundo “véio”: muita desgraça, muito transtorno e uma pitada generosa de sacanagem. Até poderia de falar de sacanagem hoje, mas daquela boa sem dúvida...(risos).

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José Cláudio Machado, o rei da água benta e maior intérprete vivo da música deste nosso Rio Grande, levantou do chão depois do tombo e montou no cavalo de novo. Pra não se judiar por demasia está em casa neste momento, provavelmente sorvendo um bom amargo e matutando seu retorno triunfal aos palcos deste rincão afora. É com alegria que noticio o feito no dia de hoje, afinal, este espaço vinha acompanhando com zelo a recuperação (agora na sua plenitude) do grande Zé Cláudio. É bem por aí índio velho, no verso do também grande João Pantaleão Gonçalves Leite:

“É na doma que se apega a fúria com a valentia
o domador não tem trégua enquanto égua der cria
quem monta deve saber que a doma não tem retovo
se cair pode morrer, se viver monta de novo”


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Para engrandecer o meu ego eu bem que podia dizer que o tema de hoje eu já tinha escolhido e estava apenas tentando botar um pouco mais de apreço nas minhas palavras. Mas não, sinceramente com o advento de falar no Zé Cláudio acabou por surgir um novo assunto e de importância relevante, senão vejamos: com os últimos acontecimentos em São Lourenço, por exemplo, e Japão, quer intenção melhor que falar em montar de novo? As vezes o xiru anda meio estropiado pelos trompaços da vida, todavia, se não levantarmos do chão ninguém vem nos juntar. A peleia não será fácil, como nenhuma nunca é, mas cabe a gauchada e aos demais patrícios mostrarem fibra e coragem: Se cair pode morrer, se viver, monta de novo.

Forte abraço e bom final de semana.

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