sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval

Por pouco que eu quase esqueço da tradicional postagem de sexta-feira. Estive pensando ao longo da semana em qual assunto abordar em uma sexta-feira de carnaval. Pode ter certeza que novidades gaudérias ou baile por certo não tem. Então, resta-me falar da minha relação com o carnaval, ou a falta de. Já fui mais crítico, hoje, acompanho de longe. Se fosse em outros tempo eu estava bradando contra, depois, fui melhorando. Se fosse em outros tempo eu corria o risco de ser processado por difamação. Mas isso, isso eram outros tempos. Agora eu ando num tranco de cavalo manso, bem menos apegado as bobagens de uma briga inexistente entre o xucrismo e o carnaval Ambos podem e devem continuar. Representam tradição, uma gaúcha e outra carioca, de um mesmo Barsil. Aí eu sair pulando carnaval são outros quinhentos Acompanho pela televisão e com algumas preferências, não muito mais do que isso. Mas respeito e é assim que deve e deveria ser sempre. Aos amigos foliões peço aqueles cuidados de sempre: não beber e dirigir, amancebo e beiçadas controladas e em segurança (risos). No mais, trago de novo um velho texto tratando do assunto, minha redenção quem sabe:

Carnaval e festa não fazem mal a ninguém (15/02/2010)

Os últimos noventa dias, mais ou menos, tem realmente servido-me para uma série de revisões, sendo de conceitos, atitudes e até mesmo valores. Em suma, tenho procurado deixa a “vida me levar” um pouco mais, vivendo dia por dia e me irritando menos, enfim, sendo um pouco menos chato. E assim, cada vez que volto a tratar de algum assunto tenho preocupado-me em fazer uma auto crítica, mesmo que superficial, buscando não penalizar-me por idéias até então retrógradas, mas sim, tentar mostrar que de alguma maneira fui exagerado em minhas colocações, ou então, porque não bairrista. Fiz esta pequena introdução da introdução, porque vou tratar agora de um assunto pertinente da época: o carnaval. O texto original do ano passado, referindo-se a este tema, era de tal forma forte que acabei desistindo na última hora da postagem temendo uma reação irada de boa parte dos leitores. Não, eu não fiquei com medo de espor minhas idéias, mas sim, tive percepção e bom senso ao enxergar que aquele texto era até preconceituoso, pois levantava um debate que podia me gerar até complicações judiciais. Na última hora resolvi abandonar aquele texto entrando no clima da folia carnavalesca, escrevendo algo que mais visava a preocupação com os excessos do que com o próprio carnaval em si. Se aquele dia dei o primeiro passo, hoje procurarei dar o segundo e assim sucessivamente de agora em diante.
Não faço idéia qual foi o último baile de carnaval que fui. Na realidade eu nunca fui muito fã de carnaval. Até gosto de acompanhar pela televisão, tendo preferência por Mangueira ou Academia do Salgueiro no Rio e Imperadores em Porto Alegre. Sinceramente não me lembro qual o último baile de carnaval que fui. Ouso dizer que ainda era criança quando tal fenômeno ocorreu pela última vez. É, fenômeno senhoras e senhores. As vezes paro o penso: o que me afasta deste tipo de coisa, ou de festas em geral? Alguns diriam que eu sou um daqueles gaúchos grossos que não admite outra arte a não ser a oriunda deste pedaço do Brasil. Outros que eu sou muito mais chato do que eu realmente imagino. Seria receio de perder a identidade gaudéria talvez. Se for isso, uma tremenda bobagem, afinal o meu gauchismo, esta minha alma campeira, esta na minha essência. Eu nasci e cresci assim e não tem nada no mundo que me fará ser diferente. Mesmo que eu passe três noites seguidas de carnaval fazendo festa. Ainda assim. Porém, o fato de eu aceitar que participar do carnaval de nada me afetará, não muda a visão que tenho de alguns pontos relativos ao mesmo. Por exemplo: preocupa-me a questão de que o desfile de carnaval dependa ainda de recursos públicos, que carnaval esteja associado a bebedeiras, ao sexo, a acidentes e mortes, enfim. Aproveito agora para fazer um apelo pela folia consciente de todos, não esquecendo que a vida ainda é o mais importante de tudo.
O carnaval é uma arte bem como a nossa música regional gaúcha. Surgiu na Europa, mas foi popularizado pelo Brasil, terra de mulheres bonitas e gente com samba no pé. Como toda a arte, merece seu respeito e é isso que eu tenho procurado fazer. Se freqüentar um evento do gênero fará de mim um estranho no ninho, só a minha freqüência mudará esta sina. Isso, contudo, não quer dizer que eu sairei de casa hoje disposto a fazer tal programa. Para tudo na vida precisa-se de uma adaptação e nesse sentido não seria diferente. O certo é que devo sentar-me a frente da televisão hoje, assistir aos desfiles, tirar minhas conclusões e por fim, ensaiar alguns passos para não fazer feio quando a hora chegar. Se estou falando sério? Teoricamente sim. Agora a prática meus caros, a pratica é muito mais perturbadora, incrédula e embrulhona que a teoria. Falando em embrulhona, lembrei-me agora do causo dos Mates do João Cardoso. Já contei pra vocês? Não? Uma pena. Será que o Crioulo tem uma cabeleira igual a do Zezé? E será que ele é mesmo? De qualquer forma o mate por aqui é feito de agua pura mas não do ribeirão. A nossa canha é das buenas e os surungos são de respeito, afinal, uma festa nunca faz mal a ninguém. Não é mesmo?

Abraço, bom feriado e um ótimo carnaval a todos.

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