segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eu não sou Madre Teresa

Coincidência ou não, no sábado a tarde assisti uma palestra sobre tráfico de drogas ministrada por um Juiz de Direito que atuou em uma das Varas Criminais da nossa Capital. Digo isso, porque ele mencionou uma coisa que a muito tempo eu já imaginava assim funcionar: traficantes investem fortemente em farmácias afim de limparem o dinheiro do tráfico. Na rede hoteleira também. Quem conserva um pouco a memória, há de lembrar-se da quantidade de farmácias que tínhamos até bem pouco tempo atrás e a que temos agora. No final da década de 1990, existia duas redes a nível de estado, hoje, são dezenas. Em São Chico, quando eu ainda lá morava, havia três farmácias, bem menos que a quantidade de hoje. Deixo bem claro que isso não quer dizer que todas as farmácias que existem hoje são originárias do tráfico. O fato é apenas exemplificativo. O ponto que quero chegar é na realidade da nossa sociedade hoje: estamos cada vez mais doentes ou consumindo mais remédios? Ainda que o primeiro questionamento deva ser considerado, creio ser o segundo o mais correto. Qualquer dorzinha já nos leva para a farmácia. Isso não quer dizer, todavia, que antes da farmácia freqüentamos um consultório médico. A questão é de automedicação, e com isso, o fortalecimento das doenças que estão espalhadas por aí. E como elas se fortalecem.
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Por mais que eu tenha ficado recluso a um auditório em pleno sábado até o início da noite, creio ter sido bem produtivo este dia. Gosto de estar em Porto Alegre. A nossa capital nos dá opções incontáveis de estudo, trabalho e lazer. Existem “poréns”, é claro, mas se analisarmos a realidade da nossa sociedade de forma bem específica, veremos que há problemas em todas as cidades. Não existe uma que seja perfeita. Fiquei bastante surpreso também com a boa qualidade estrutural do IDC – Instituto de Desenvolvimento Cultural. Nos poucos momentos em que tive oportunidade de ir na rua, percebi o quão belo estava o sábado. E mesmo assim eu não reclamo da minha opção em ficar recluso a um auditório enquanto o sol brilhava. Dias bonitos de sol, eu creio existirão mais, oportunidades de agregar conhecimento não têm a mesma freqüência. Enfim, como todos sabem, a nossa vida é feita de decisões. Como é impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, resta-nos escolher um local para visita. E eu o fiz. Perdi um dia de céu azul, mas ganhei outros tantos sob a luz do sol. É só uma questão de tempo. E o tempo, voa.
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Já não posso falar tão bem de domingo. Ainda que o tempo ainda estivesse considerável, algumas ocorrências deram jeito de estragá-lo. Primeiro tudo se encaminhava bem. Aí, após o almoço, fui convencido a ir a Dois Irmãos visitar uma revenda de carros para oferecer o meu carro, afinal, já faz algum tempo que pretendo vendê-lo. Devia ter seguido meu instinto e não ido. Revendas venho visitando desde o final do ano passado. No começo, muito a título de curiosidade, depois, com o passar do tempo, com real interesse em negociar meu carro. Fiquei calejado. Já sei o que os vendedores dizem e o que eles oferecem pelo meu carro. Alguns são sinceros, outros prepotentes. O que atendeu-me ontem conseguiu superar todos índices de prepotência. Um babaca. Mais dois minutos dentro da loja eu ia me avançar no tipo. Só faltou me chamar de ladrão, tendo em vista o valor que me ofereceu. Por negócio, a gente tem que saber que sempre perde alguma coisa, agora, uma coisa é perder alguma coisa, outra bem diferente é botar fora algo que foi comprado com bastante dificuldade. Prefiro ficar com o meu carro então e andar com ele até que não sobre um parafuso inteiro na sua estrutura. Aí posso até dar o carro para um ferro velho, com a certeza que ele não vale muito mais que sucata. Não vou mais em revenda alguma. E ponto final. Se alguém quiser comprar um carro ao invés de ganhá-lo é só falar comigo. Será um prazer atendê-lo. Do mais, não tenho vocação para Madre Teresa.

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Abraço e boa semana a todos.

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