segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A "volta" da rotina

Parece até meio manjado já, samba enredo repetido, mas, e como sempre tem um “mas” em tudo, o ano finalmente vai começar. Enganam-se os que pensam que começou na quarta-feira. Não. O ano começa hoje. Sempre na primeira segunda-feira pós carnaval. Meio tímido, acanhado, “mas”, enfim, começa. As ruas começam a se encher de carros e motos gradativamente, crianças, jovens e adultos tem de voltar a rotina da sala de aula e repartições públicas tem que abdicar daqueles “horários especiais” que ajudam muito (pouco) o andar das nossas cidades. Até o horário de verão já terminou. Então é de se comemorar tudo isso? No fim das contas acho que não, todavia, um dia a rotina havia de voltar a sua máxima e segunda-feira, bem, tem que voltar a ser uma segunda-feira.
E nesse sentido, é que, inevitavelmente, temos nos acostumado a esta “dura” realidade. Penso às vezes, como seria viver uma vida descompromissada. Isso não quer dizer ser vagabundo. Trabalhar, pagar as contas mas também viver. Sim, porque pelo menos de minha parte, tenho trabalhado quase só para pagar e pouco tenho vivido. E o que me faz lamentar, é que meus vinte e cinco anos não voltarão. No ano que vem terei vinte e seis e quem sabe o que eu perdi de fazer aos vinte e cinco? Pensando nisso, tenho tentado explicar para as pessoas o meu ponto de vista, só que isso tem sido angustiante à medida que muitos pensam diferente. Para a maioria, tanto fez tanto faz; bom mesmo é ter uma aposentadoria boa. Aposentadoria? Peraí, só um pouquinho! Ter de viver como burro de carga durante cinqüenta anos para poder “viver” quando tiver quase setenta? Viver de um medido pro outro? Com dor aqui e ali? Isso que é vida? Bom, vocês devem perceber o porque da minha angustia e do meu rancor.
Em suma, parece que o texto de hoje que surgiu com um assunto se descambou para outro. Na verdade não. A idéia sempre foi essa. O exemplo do parágrafo assim é apenas mais um “exemplo” de como as coisas ‘funcionam’ ano após ano. A cada ano surgimos com novas teorias de vida que se ‘esbarram’ em barreiras quase sempre de concreto, homogêneas, que não admitem um meio termo. Mas mesmo assim a vida vai seguindo por diante e as coisas vão se ajeitando aos poucos, ou não. Quando vimos, estamos ás voltas de um novo final de ano com novas (velhas) promessas. Mas afinal, por que a pressa não é verdade? O ano está só começando! E a velha rotina então, está sedenta por seu lugar ao sol. Ou será na chuva, ou frio? Que seja, ela sempre quer voltar e em qualquer tempo.

Abraço e bom “começo” de ano a todos.

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