quinta-feira, 6 de março de 2014

A história do cavalo encilhado

Engraçada a vida! Muitos vivem a sonhar e são criticados pelas pessoas por viverem "no mundo da lua". Aliás, embora não seja fã do filme, uma cena em "Dois filhos de Francisco" me marcou, na única vez que assisti, quando num diálogo entre os personagens da atriz Dira Paes e do ator Ângelo Antônio, este segundo falava alguma coisa sobre os sonhos deles e a atriz respondeu: "Não foi sonhando que criei estes meninos, foi bem acordada!" A memória me trai um pouco, mas o sentido da frase é este mesmo. E muitas vezes, por "viver acordado" acabamos vivendo algo que não quisemos ou queremos. Os compromissos e as responsabilidades nos levam por caminho diferentes daqueles que um dia imaginamos. Está errado ser assim? Claro que não, afinal, cada um sabe onde aperta o seu sapato.

Contrário senso, quantas pessoas sonharam com algo que a vida em princípio não podia lhes dar, foram atrás, renegaram muitas coisas e colheram os frutos depois? É impossível sonhar? É inimaginável fazer loucuras atrás dos sonhos? Respondo isso me desvencilhando de qualquer emoção ou cunho religioso: se temos uma vida só e a expectativa é de viver 70 anos(por exemplo), pra que esperar? Adianta eu ter uma boa aposentadoria e não poder gastar o dinheiro porque minhas pernas já não aguentam mais o tranco?  Por isso, nobres leitores, entendo que cada um deve avaliar o que espera da sua vida. Viver com segurança ou botar a cara a tapa e ser feliz? Impossível misturar os dois? Claro que não! Mas nem todos nasceram com tamanha sorte...

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Por vezes a própria vida nos oferece um novo caminho, com um cavalo encilhado passando devagarito a nossa frente. Uns montam e outros, com medo de novas estradas, acabam por deixar o animal passar. Enfim, é de cada um. Eu sou do risco. Não raro sou criticado até mesmo pelos meus, que faço "tudo fácil". Primeiro que minha vida não gira em torno do dinheiro. Segundo, que para que dificultar, não é verdade? Botei a mala nas costas e saí de casa quando tinha 18 anos de idade. Voltei, é verdade, mas quando saí de novo não olhei mais para trás. Tirei licença do meu cargo público e fui perseguir o sonho da advocacia. É verdade que também voltei, mas estou decidido a novamente andar para frente sem olhar para trás. Vai dar certo? Vai! Não tenho dúvidas! Quem sabe o que quer sempre encontra pouso em alguma morada pela estrada e alcança o seu destino. Os percalços que a vida vai apresentar para mim, tratarei de superá-los e crescer ainda mais.

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Pois meu grande amigo e colaborador deste blogue, Rodrigo de Bem Nunes, vai embora de vez, para Houston, no Texas - EUA. Levará consigo sua esposa, a querida Dona Cátia. Lá formarão sua nova família e serão felizes. No abraço de despedida que dei em ambos, mandei (olha minha prepotência!) irem para lá e vencerem. Tenho dúvidas que isso ocorrerá? Nenhuma! Ambos são iluminados e sabem o que querem da vida. É um caso em que o cavalo encilhado apareceu no rancho e os dois resolveram montar. Neste caso, o cavalo os levará até o aeroporto (no máximo - hehehe), afinal, pobre gateado se tivesse de percorrer tamanha lonjura. Os patrícios daqui sentirão saudade, mas não titubearam em aceitar a decisão de ambos.

Daqui por diante, os textos do Rodrigo serão "made in USA". Não perderão a qualidade, tenho certeza.

Vão, vençam e de vez em quando voltem, para abraçar os que aqui ficaram...

Abraço especial ao Rodrigo e à Cátia, e um bom final de semana a todos. 

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