quarta-feira, 16 de abril de 2014

Pesadelo é ser brasileiro!

Geralmente embebecidos por um sentimento vago de que vivemos em um paraíso natural, de belas praias, mulheres e de povo alegre e e gentil, esquecemos o quão duro é ser brasileiro. Aliás, é impressionante como com o passar dos tempos tem se tornado difícil por aqui conviver de forma digna. Talvez não faltará uma alma para dizer que preciso olhar em minha volta, como a situação da Venezuela, por exemplo. Mas quem disse que a Venezuela tem de ser o meu exemplo? Quem disse que um país potencialmente rico (já não somos auto suficientes em petróleo?) como o nosso não pode usar como inspiração a Suíça ou o Canadá, por exemplo? Os maiores hipócritas da nação somos nós mesmos, os brasileiros, pois vivemos contemporizando situações que, nos idos do ano de 2014, já sequer deveriam ainda existir. Como custa ser brasileiro!

Meio que estonteado por um gripe, já com requintes de crise de sinusite, admito que não estou no meu melhor momento do bom humor. Melhor assim, pois enalteço minha falta de paciência. Pois no Brasil não temos uma saúde que preste, ainda que a carga de tributos que todos pagamos é algo que supera qualquer país de primeiro mundo. Feliz de mim, então, que possuo plano de saúde, certo? Errado! Na semana passada passei uma hora e quinze minutos esperando atendimento no PA da Unimed para, em dois ou três minutos, a médica dizer que era para mim continuar tomando o que eu já estava por conta própria; ou seja: aqueles remédios enganadores contra resfriado. Pode isso Arnaldo? A cada dia que passa, desde então, estou me sentindo pior e não, não porei mais meus pés em PA nenhum! Ser mais chacota, para que?

Aí, no sábado, uma rajada de vento (não, não era um tornado) fez desaparecer a energia elétrica lá de casa. Foram inúmeros protocolos de reclamação para a AES Sul e sempre a mesma resposta: "Sabemos que você está sem energia eletrica. Por favor, aguarde o restabelecimento". A cada meia hora eu registrava uma nova queixa e recebia a mesma resposta. Isso durou 3 (três) horas quando, finalmente, avistou-se uma equipe pelo bairro. Que ainda demorou para localizar o problema retardando o conserto. Mas eles já não sabiam que eu estava sem energia elétrica? Porque a demora da chegada da equipe? Porque a demora para a equipe solucionar o problema? Ahhh, esqueci, o tempo médio de conserto em NH é de 24h. Logo, levar 5 ou 6h é estar no lucro. Até aí tudo bem (mentira!). Brabo mesmo é abrir o jornal e ler que a AES Sul quer correção na tarifa em mais de 30%. Esse país é uma piada mesmo! Merece, pois, seu trabalho é competentíssimo... 

Já ontem, li no site de uma destas revistas de veículo que o novo Gol, o carro mais vendido do Brasil há décadas, dito popular, custará mais de R$ 50 mil na sua versão topo de linha. Foi neste exato momento que eu resolvi escrever este texto. Não sem antes questionar a Deus o porquê de eu ter nascido brasileiro? É impressionante com a curva da expectativa de vida do brasileiro está numa descendente e ninguém consegue se dar conta. Eu não posso acreditar que está tudo bem e tudo bom. Eu não posso achar que um carro popular possa custar mais de R$ 50 mil e as pessoas não se darem conta de que estão sendo exploradas, pasmem, recebendo um produto de qualidade duvidosa. Digo isso pois já tive o referido veículo em duas oportunidades. 

Pergunto: até quando? Até quando será tão duro ser brasileiro? Sim, pois diante de tais premissas, nada mais me resta senão trabalhar (e muito!) para conquistar uma aposentadoria que sei lá se existirá ainda quando eu lá chegar e poder dizer que tenho um plano de saúde e um carro novo na garagem. Popular é claro. Diria que melhor mesmo é trabalhar um pouco mais para garantir também um gerador de energia. Afinal de nada adianta ser aposentado, com plano de saúde, carro novo na garagem e voltar à época das trevas, vivendo na penumbra da luz de velas.

Por favor, alguém me acorde, pois, eu devo estar tendo um pesadelo real. Me acordem, por favor!

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