A
atitude do jogador Daniel Alves foi espetacular. Para quem não
sabe, o Barcelona enfrentava o Villarreal e um torcedor jogou uma
banana no campo, em direção a Daniel. Ao perceber a
banana no gramado, Daniel Alves abaixou-se, pegou a banana e…
comeu. Genial. E porque genial? Bem, o jogador poderia ter ignorado o
ato, o que ate seria uma boa alternativa mas faria com que esta
situação se tornasse apenas mais uma. Ele poderia
também ter se mostrado ofendido, vitimizando-se e assim cumprindo com
o objetivo do cretino que jogou a banana. Mas não, Daniel
Alves tomou a atitude dos vencedores; agigantou-se perante o insulto.
Dois
dias depois inúmeras fotos de famosos e anônimos comendo
uma banana circulam pelas redes sociais. Junto da foto, é
mencionada a frase “também sou macaco” ou “somos todos
macacos”. Bom, atitudes contra o racismo são sempre válidas,
mas tenho minhas duvidas quanto a verdadeira intenção
destas fotos. Não haveria ai um pequeno traço de
vaidade misturado com oportunismo? A pessoa que tira uma foto com uma
banana e se denomina macaco, sem que haja um contexto, esta mais
interessada na luta contra o racismo ou na repercussão
midiática e nas curtidas que sua imagem
vai ganhar? A consciência de cada um deve ter a resposta.
Eu
não tirei foto e não pretendo aderir ao modismo,
ficando apenas na admiração pela atitude original do
Daniel Alves. E se for para demonstrar meu desprezo pelo racismo,
prefiro ações
mais
concretas, a começar por simplesmente não reconhecer o
conceito de raça. Afinal, se existe raça para cor da
pele, deveria haver raça para outras características
humanas, como altura e peso. Minha frase seria “todos somos
humanos”. Ou não? Ou você é tão ligado a
cor da pele que ainda defende algum tipo de segregação
social de acordo com a tonalidade da cútis? Aliás, você
que tira foto com uma banana e ate mesmo você que não
tirou, ainda acredita em raça?
Por
Rodrigo de Bem Nunes, de Houston, Texas – EUA.
Um comentário:
Inspiradíssimo o título do teu texto, como aliás, todo o texto. Concordo contigo em gênero, número e grau. Parabéns, filho pelo teu discernimento; pela tua maturidade e coerência. Saudade! Beijos da tia Zulma.
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