O Brasil é um país complicado; como fruto, nós os brasileiros somos pessoas atípicas. Dizem, pois, que somos um povo alegre, gentil. Não sei bem se é assim mesmo. Já conheci estados diferentes e não acho que as pessoas sejam tão simpáticas assim, como dizem. Em alguns lugares, as pessoas são bem indiferentes e muitas vezes parece que o freguês faz um favor em entrar no estabelecimento e consumir. Aliás, nesse sentido, sequer precisamos ir muito longe aqui do Rio Grande. Ousaria dizer que muitas vezes não precisamos sequer deixar os limites do nosso pago.
Logo, e é aí que quero chegar, é que o brasileiro é igual a qualquer outra pessoa de outro país: é um ser humano. Como tal, está sujeito a benefícios e malefícios. Vejamos os exemplos:
No mês de fevereiro a gasolina subiu de preço. Houve uma comoção geral e após certa pressão aos poucos acabou baixando e voltando a patamares antes utilizados. Daí quando o povo se acomodou, algo comum aqui no Brasil, voltou a subir e agora ninguém fala nada. Hoje, por exemplo, depois de fazer algumas contas, optei pela utilização do etanol. Todavia, nos minutos que fiquei no posto de combustíveis somente eu utilizei-me do combustível ecológico que poderia nos transformar em um país bem mais limpo. O brasileiro, então, gosta muito de latir e rosnar de início, depois, quando abandonado, faz da carência a necessidade de colocar o rabinho no meio das pernas e já chegar lambendo o seu dono.
Mas afinal, quem é o nosso dono?
Por cerca de vinte anos estivemos aos mandos e desmandos do regime militar. Imagino que os defensores da democracia, ou parte deles, ficaram construindo um projeto apto à execução assim que a liberdade plena fosse retomada. Uns (poucos) resolveram construir um alicerce, mas vêm sucumbindo. Já a imensa maioria resolveu que, com a volta do poder, deveria-se tirar o atrasado e compensar todo o mal que os militares haviam feitos, não para a sociedade mas para si e os seus. Desde então, a classe política vem deixando de representar o interesse da sociedade em prol de seus próprios interesses, com base em reprimidas frustrações de outros tempos. Nelson Mandela quando deixou a prisão tratou de mostrar que era um ser humano acima de qualquer coisa, e não perseguiu ninguém; lutou por todos. Não é o que parece ocorrer por aqui.
Cada um é de cada um e ninguém é de ninguém.
Divaguei até aqui e não cheguei a lugar nenhum, em verdade. Pois em verdade o que falta ao Brasil é justamente isso: destino. Quem não sabe da onde vem nunca saberá para onde vai. Precisamos encontrar o caminho...
Abraço e boa semana a todos.
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