segunda-feira, 23 de maio de 2016

Tapa na cara!

Uma das coisas que sempre me irritou no cinema nacional, além da recente tentativa de nos enfiar comédias de gosto duvidoso goela abaixo, e da falta de qualidade de alguns atores que tem muito cacoete de novela, é a necessidade do dependimento do poder público para lançamentos de filmes. Nos últimos tempo, lei de incentivo á cultura, petrobrás, eletrobrás e etc., viraram mecenas de filmes que não tem contexto cultural algum. Comédias ruins e outras tentativas frustradas de abarcar outros gêneros.

Com o passar do tempo, não só o cinema passou a se utilizar de incentivo público, mas grandes artistas que usam o provento de nossos impostos, aptos a dar uma melhoradinha (quem sabe) na saúde, educação ou segurança. para promoveram turnês Brasil afora, pasmem, cobrando ingressos para os seus shows! Não haveria de ter uma contrapartida? Dinheiro público = show gratuito? 

Depois, começaram a pipocar auto biografias de artistas ditos populares, também com dinheiro público. De referir que não sou totalmente contra, mas me parece que o auxílio estatal deveria ser dirigido a músicos sem projeção, que se arrastam para manter sua arte, cuja finalidade é de sobrevivência. Não só músicos, mas todo o tipo de artista. 

Se devia dar incentivo aos Circos, cuja história artística é magnânima, para desbravar o interior desse Brasil levando o lonão para comunidades que talvez nunca a verão. 

Mesmo li um desabafo do multi-artista Paulinho Mixaria, acerca da biografia do sambista Zeca Pagodinho, realizada com dinheiro público e que está sendo vendida e não doada. Resigna-se com direito, afinal, todo o seu trabalho nunca dependeu de dinheiro alheio, brotou de seu próprio suor. Não teria condições o Zeca Pagodinho de bancar o livro que conta sobre sua história?

Pensei em tudo isso para poder traçar alguma consideração acerca do atual presidente interino do Brasil ter extinguido o Ministério da Cultura. Eu, possivelmente, não tomaria esta atitude, mas não condeno. Se o papel da Cultura seguir com relevância, pouco importa se é um Ministério individual ou metade de outro. Aliás, o MEC não tem esta sigla porque era Ministério da Educação e Cultura?

Bom, não seria novidade.

Me parece que muito mais importante do que discutir se é provincial a necessidade de ter a cultura um Ministério próprio no governo, são as ações culturais em prol do desenvolvimento intelectual da população brasileira. 

Vamos combinar que ter ministério para financiar artista rico é chover no molhado e um puta (palavrão proposital, perdoem-me!) tapa na cara daquele sonhador que tem tanta qualidade para mostrar e sequer consegue juntar míseros vinténs passando o chapéu.

Enfim, algo de se pensar.

Boa semana a todos.  

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