segunda-feira, 16 de maio de 2016

Tarde fria.

Desde sua origem, este blogue ocupou-se em falar das coisas do Rio Grande do Sul, da lida campeira e de quando em vez algum assunto pertinente à sociedade como um  todo. Claro que muitas vezes a música povoou os assuntos por aqui, afinal, faz parte da nossa tradição a música. Quando o editor do blog ainda faz as vezes de músico, é caminho natural abordar o tema. Privilegiando-se a nossa música nativa, obviamente, mas não deixando de fazer referência a música como um todo,

Dito isso, nada mais justificável do que vir aqui hoje para lamentar o falecimento de Cauby Peixoto, voz de veludo da nossa música popular brasileira. Uma voz romântica, grave e inconfundível. Um ser superior dentro do contexto de nossa música. É sim, uma perda irreparável para a história musical do nosso país, hoje tão deturpada pela qualidade duvidosa do que chamam de música, por aí.

Passamos a conhecer "Conceição" pela voz aveludada de Cauby Peixoto.

Vivia no morro a sonhar, com as coisas que o morro não tem. Da Conceição eu me lembro muito bem, mesmo sem tê-la visto ou sem conhecer o morro.

A música nos faz conhecer as pessoas, os lugares e o talento. A morte de Cauby Peixoto é o talento que se vai e ficará na nossa memória e no nosso desejo de que algo de bom surja, não para suprir uma lacuna que não se pode suprir, mas para acalentar nossos corações, órfãos de uma voz que não se substituirá jamais.

"Vem o vento, e a tarde é fria. Estou só, e minha alma vazia."

E que tarde fria essa, desse nosso inverno gaúcho que já vem batendo à nossa porta.

Vá em paz, Cauby Peixoto. Muito obrigado.

***

Boa semana a todos.

Nenhum comentário: