segunda-feira, 2 de março de 2009

Lagartixa e jacaré

Gostaria de saber o que se faz quando não sabemos o que fazer? Inevitavelmente todos já devem ter passado por situação semelhante, ou quem sabe, até estão passando no momento. Ando me questionando sobre diversos temas nos últimos dias, não que eu esteja necessitando de uma resposta para poder seguir minha vida, mas por saber que mais cedo ou mais tarde eu estarei numa sinuca de bico, as voltas de uma situação semelhante e aí precisarei tomar a decisão que é mais correta. Afinal, o certo é abdicar da sua felicidade plena em face da felicidade do próximo ou ser apenas feliz deixando todo o resto de lado? Existe um meio termo? Novamente recorro a maestria da inteligência de todos vocês, nobres leitores deste blog, para tentar achar uma resposta. Conhecimento de vida é de suma importância e nunca é demais.
Hoje é segunda-feira, dia dois de março de 2009. A saber, o primeiro dia útil deste ano corrente. Calma, eu não enlouqueci ainda(hehehe). Esta afirmação que faço, é baseada na cultura brasileira. O Brasil pára nos meses de janeiro e fevereiro. Sim, muito trabalham mas o ritmo é consideravelmente menor. As cidades ficam vazias nos finais de semana em face à debandada geral para o litoral. Novo Hamburgo estava calma nestes últimos dias, Porto Alegre certamente também. A partir de hoje tudo vai tomando o seu lugar novamente. Crianças, jovens e adultos voltam às aulas (sim as aulas começaram semana passada, mas certamente com um público bem aquém do real), os pais voltam ao trabalho, as empresas voltam a trabalhar em ritmo mais acelerado. As cidade se aceleram. De agora em diante, até o mês de agosto mais ou menos, todos ainda demonstrarão uma certa tolerância às peripécias do dia-a-dia. Em setembro a coisa começa a ficar preta. Escreveu não leu, o pau comeu (hehehe).
Fazer uma crítica fugaz às manias do povo brasileiro é o mesmo que bater em cachorro morto, não tem graça alguma. São coisas tão naturais que, bem, vou me ater por aqui. Num país em que um programa fútil como o Big Brother tem mais atenção do povo do que os problemas sociais que o assola, não se pode reclamar que o ano útil começa só em março. Num país onde a televisão é o principal meio de entretenimento (diga-se de passagem, deficiente, em virtude da fraquíssima qualidade da maioria das programações), não se pode reclamar que o ano útil começa só em março. Num país onde político corrupto não perde nem o mandato eletivo, não se pode reclamar que o ano útil comece só em março. Num país onde um deputado ganha em torno de R$ 18 mil, mais auxílio guarda-roupa, transporte, alimentação e coisas que não se pode nem imaginar, enquanto o povo passa fome, não se pode reclamar que o ano útil comece só em março. Cada país tem o que merece, infelizmente. Ó eu em polemica novamente.
Por fim, destaco minhas boas vindas aos habitantes temporais do litoral que começam a retornar aos seus lares e sua rotina. Criticá-los? Jamais. Até porque, o país não dá exemplo. Quem nasce pra ser lagartixa nunca chega a jacaré. Quem nasceu sendo colônia de Portugal, nunca chegará a ser colonizador de ninguém.
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Abraço a todos e uma boa semana.
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P.S.: Em meu nome e em nome do Grupo Fandangueiro, gostaria de lamentar o falecimento do guitarrista Vanderlei Jobim, o Meio-kilo, com passagem destacada pelo Grupo Rodeio e atualmente figurando no elenco do Grupo Marcas. Que Deus abençoe a ti e tua família. Descanse em paz.

Um comentário:

Antônio Dutra Jr. disse...

O que eu posso dizer?

Bem, posso dizer que os momentos difíceis, assim como também os melhores de nossas vidas, todos passam. Nos resta multiplicarmos os bons e erradicarmos os ruins.

Quanto ao Brasil, bem, sempre que as críticas me vêm à mente, eu me pergunto: o que eu estou fazendo para ajudar? Será que só não olhar o BBB, por ser ridículo, basta?

Abração, primo!