segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O tamanho da hipocrisia

Quando parece realmente estar perto do fim, eu resolvo manifestar-me acerca da greve dos bancos, ou melhor, dos bancários. Ainda tivemos até bem pouco a greve dos Correios, o que para mim e para a maioria dos brasileiros, acarretará em multa e juros em faturas futuras. Portanto, constata-se que de certa forma o país inteiro esteve envolvido numa greve nos últimos dias. De alguma forma todos foram atingidos. Certa feita, há bastante tempo, irresignado por algumas atitudes administrativas de uma empresa em que trabalhei, sugeri, apenas e tão somente como um mero exemplo, que “entrar” em estado de greve era uma possibilidade para que os atos fossem revistos ou repensados. Bem, foi o que bastou para mim passar a ser mau visto depois do episódio. E olha que foi só um exemplo, tendo em vista que já na época eu não concordava com a greve. Vejam bem, não concordo com a forma como é conduzida e não com o direito de fazê-la, preceito constitucional. Quantas greves os funcionários dos Correios e dos bancos fizeram nos últimos anos? E você, quantas fez no mesmo período? Respeito a decisão dos trabalhadores mas não concordo. O resultado prático é pouco significante frente ao ônus que nós cidadão temos que enfrentar. A greve hoje está banalizada e, infelizmente, virou mais um elemento da hipocrisia que domina este país.
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Assisto pouco a televisão. Entretanto, quando faço, procuro ver alguma coisa interessante, tipo: um bom filme, programas com conteúdo, alguns debates e humor, principalmente quando este for sarcástico ao ponto de incomodar quem merece ser incomodado. Mas aí, aquele programa que eu assistia por combater a hipocrisia, passa agir de fora hipócrita. Pasmem! Frases infelizes todos nós dizemos. Eu até hoje me penitencio por algumas coisas que disse, afinal, na grande maioria das vezes, palavras machucam mais que tapas na cara. Outras vezes elas não machucam nada. No máximo devem acarretar um reparo moral o qual, a justiça deve se encarregar. Mas, num Brasil hipócrita, a hipocrisia toma conta. Com o perdão da redundância.
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Por auto análise, constato que devo estar sendo tão hipócrita quanto as situações já referidas. Frisa-se: eu não estou chamando ninguém de hipócrita, salvo este nosso país. O problema desta hipocrisia é um problema de sistema. Carteiros e bancários tem que fazer greve porque o sistema os incita. Quando certa feita eu mencionei de forma genérica uma remotíssima situação de greve, passei a ser visto de forma negativa. Foi constatado em mim ares de rebeldia. Nossos grevistas hoje são taxados como rebeldes. E isso é lamentável! O direito a greve banalizou-se por si só e pela falta de um elemento novo. Se hoje eu chego a mencionar uma situação de greve, amanhã mesmo ela se torna inútil, pois, não terei sequer mais emprego. Quem dirá aumento de salário ou outro benefício qualquer.
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A proporção está tamanha, que um agente de trânsito da EPTC em Porto Alegre fora demitido porque ousou enviar um torpedo para uma infratora de trânsito, flertando-a. O absurdo é tamanho, que mereceu um belíssima crônica de David Coimbra no Zero Hora de sábado, defendendo o agente. Como bem disse o David, pelo visto, não se pode mais assediar uma mulher. Pobre dos feios, que perderão sua única forma de encantamento (fora a financeira, é claro – risos).

Abraço e boa semana a todos.

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