sexta-feira, 20 de abril de 2012

Feito comichão

Por alguns anos vivi bailando pelo Rio Grande afora. Não necessariamente num salão dançando, mas sim, nos palcos cantando. Ainda que dançar seja um esporte em que eu me saia relativamente bem, é o canto que sempre me cativou. Relembro com saudade e nostalgia dos tantos finais de semana que abandonei o conforto do lar e os braços macios da prenda, para subir no palco e cantar as coisas do nosso pago. Ao meu lado, tantos parceiros dignos da jornada, músicos de qualidade e personalidade únicas. Aí, veio um dos tantos percalços da vida e o palco eu deixei. Lá se vão mais de 10 (dez meses) desta minha “briga” com as escadas. Sim, deve ser isso que me impede de subir de novo num palco pra fazer aquilo que gosto e que sei fazer. Se não é, por favor, alguém me acode e me faz acordar ou quem sabe abrir os olhos, que seja.
Confesso-lhes que achei que “aguentar” esta distância seria mais fácil. Inclusive, cheguei a anunciar a alguns patrícios o fim de minha carreira. Aliás, pensando bem, acho que nunca tratei do assunto como um fim, mas sim, um até breve. Portanto, cheguei a anunciar a alguns patrícios meu “até breve” dos palcos. Os últimos dias, contudo, tem me tomado por um sentimento que, sequer, sei explicar. É como se uma comichão tomasse conta do meu corpo véio (que nem é tão velho assim – risos), de forma incessante e contumaz. Que coisa! O resultado, assim como a ação a ser tomada, para piorar, são desconhecidos por mim. Não sei o que fazer! Voltar? Quem sabe seria uma boa mesmo. Mas e todo o resto que serviram de embasamento para esta distância até aqui?
Enfim, nobres e perspicazes leitores, eis que o dilema encontra-se postado! Quem vai ganhar esta luta, afinal: a vontade e o desejo de voltar ou a necessidade de me formar na faculdade rapidamente? Será que não é possível chegar num denominador comum? Não será o meu estudo do direito capaz de encontrar a ponderação através da balança da justiça? Vocês devem estar perguntando: mas que justiça? A da vida! Porque será que a vida é feita de escolhas? De perguntas? Pois é, e além de tudo não sei responder. O que sei é que parece que a música anda me chamando, pedindo o meu retorno, comichando de saudade dentro de mim. E como comicha!

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Fim de semana tem rodeio em Novo Hamburgo, no Parque do Trabalhador. Destaque para o grande show de Walther Morais, amanhã, precedendo baile com o grupo Eco do Pampa.

Forte abraço e bom final de semana a todos.

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