sábado, 7 de abril de 2012

Festa e tradição

Há quatro anos, eu dava início aos trabalhos deste blogue. No início o fiz como alternativa a mantença do meu gosto de escrever, haja vista que pouco tempo antes tinha se encerrado o blog do Alma de Campo junto com o grupo. De lá pra cá, tenho procurado manter atualizado as coisas do Rio Grande, a charla, a música e a poesia. Alguns percalços é claro que existem, afinal, nem tudo na vida é feito como a gente quer. Entretanto, ouso dizer que no geral o BLOG DO CAMPEIRO tem atingido o seu objetivo, que muito além de informar, tem o papel de se posicionar acerca dos temos que direcionam o nosso cotidiano. Felizmente, o retorno é bastante positivo quando sei que leitores cativos me acompanham todas segundas e sextas-feira. Por isso, fica explicada a postagem no sábado: é dia de festa!
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Depois de 4 anos, voltei a acompanhar um evento que já se transformou em marca registrada de São Chico: a Colheita da Macela. Durante os últimos anos, milhares de motociclistas utilizavam-se da quinta-feira Santa para se reunirem em prol desta pratica milenar em torno dos benefícios da erva medicinal. Todavia, o que assisti desta vez de longe lembra a tradição da festa. O evento mais parece um campeonato de som, com carros lado a lado onde os donos querem se aparecer, moças seminuas apesar do frio (dizem que já estavam nuas com o passar da festa), bebedeiras e muita confusão. Ouvi na manhã de ontem, da boca de um policial militar, que a confusão era generalizada fazendo com que o Hospital de Caridade virasse o destino de muitos jovens embriagados e machucados.
Ou seja, toda a tradição da Colheita da Macela que dava ensejo aos fundamentos da sexta-feira Santa já não existe mais. Logo, o evento deixa de ser necessário. Lamentavelmente, São Chico perdeu mais uma bela oportunidade de maximizar seu potencial turístico. Tradição? Não, perdição.
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Para uma postagem de festa, esta está bastante polêmica. Contudo, não há como fugir da realidade e assim, vamos em frente. Ontem, sexta-feira Santa, ouvi um Padre explicando o porquê de o peixe ser o principal prato da data. Em suma, deu a entender que isso se devia, visto se tratar de uma “iguaria” de fácil acesso aos pobres, por ser mais barato que a carne vermelha. Bom, se isso é verdade então já podemos repensar a tradição. Fiquei apavorado com o preço do quilo do pescado em nossos supermercados. Peixes de média qualidade estão mais caros que carnes seminobres, tipo alcatra. Ou seja, no fim das contas o que manda mesmo é o comércio. Não a religião ou a tradição.
Sigo em São Chico respirando o ar mais puro, nos campos mais verdes. Oh coisa boa!

Forte abraço a todos e um bom final de semana.

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