segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O preço da erva

Nestes dias de aguaceiro, onde nem as galochas dão mais conta de dar um resguardo para o vivente, nada mais resta, senão ficar recluso no aconchego do galpão, tomando um bom mate. Mas aí, surge um novo baita problema: o preço da erva mate. Na grande maioria dos bolichos, supermercados e mercadinhos, o kg da erva já beira os R$ 10. O que mais assusta é que, segundo um representante dos produtores, o preço tende a se manter nas alturas, em face da baixa produção e a desmotivação de muitos produtores, que tem deixado de lado o cultivo do combustível diários de todos nós gaúchos, em prol de novas e mais produtivas ($) culturas. Uma lástima.

Há muito tempo o Rio Grande tem fomentado a sua economia com base no agronegócio. É uma vocação! Tanto, que em muitos lugares aonde não havia uma cultura ligada ao plantio, tem se rendido à agricultura. Vejamos o caso de São Chico: por muitas décadas, teve sua economia girando tão somente na pecuária. Depois, migrou para a madeira, depois para o calçado, não sem antes passar pela produção de maçã (por pouco tempo a meu ver). Hoje, o plantio de batata e algumas hortaliças, como o alface e repolho, tem transformado a realidade da cidade. Claro que ainda creio que o turismo (e por consequência a hotelaria e gastronomia) deveria ser o carro chefe, mas....

A erva mate é tão necessária para nós gaúchos como a gasolina para os milhares de carros que brotam a cada dia em nossas ruas e estradas. Logo, independente do preço, seguimos tentando manter a tradição. Entretanto, chegará a hora em que faltarão os pilas para que os tauras do Rio Grande possam manter a cultura em dia. O engraçado é que, mais uma vez, temos um governo que sequer toma parte das coisas que atingem as pessoas. Não vi ninguém, definitivamente ninguém do governo fazer qualquer referência ao fato ou mesmo se preocupar em intervir em prol do povo. Mais uma lástima.

Nas voltas de mais uma Expointer, a maior exposição/feira da América Latina, o governo parece estar muito mais preocupado nos números que os negócios podem gerar, do que com que o povo pensa e o que precisa para viver um pouco mais dignamente. Quando comecei a escrever, fora para relatar a minha preocupação com o preço da erva e a possibilidade de sua falta no mercado. Acabei descambando para uma crítica, branda, a falta de motivação governamental para com a agricultura em si, principalmente a familiar ( o fato de ter um pavilhão para ela na Expointer não melhora as coisas).

No fundo, tudo está interligado. O estado, direta e indiretamente, interfere nas nossas vidas sempre e a todo momento. E na maioria das vezes, não é de forma parecida.

E o preço da erva? Bahh, tá me deixando sem nenhum pila na guaiaca...

Abraço e boa semana a todos.

Nenhum comentário: