segunda-feira, 26 de maio de 2014

Voltarei a sonhar...

Com o passar dos dias a amargura fora me tomando conta e com ela veio o estresse. Um estresse louco, daqueles que cega a gente e nos faz tomar atitudes que não correspondem com a nossa própria prática e impertinentes à realidade do dia a dia. Você passa a sofrer por antecipação, deixa de raciocinar plenamente e as coisas realmente tendem a não funcionar como você quer. Ou seja: ao invés de melhorar ou atenuar a situação, você piora tudo. É uma sensação de angústia, impotência e inoperância que podem te levar para um buraco sem fim. E isso segue pelos dias seguintes. Quando se percebe, já passou mais de um mês.

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Pois de repente, num estalo, você compreende que o problema de tudo isso surgiu quando você resolveu agir mais com a razão e menos com o coração. Conheço muitas pessoas que são inteiramente responsáveis e agem milimetricamente sempre. Tenho um amigo que é tão caxias que eu mesmo fico nervoso por ele. É um cara inteligente! Ele é a razão... Já este que vos escreve é o coração em pessoa. Sempre tomou decisões no impulso, muitas impensadas, mas nenhuma que causara arrependimento. Talvez pudesse ter evitado muitos desgastes e apertos financeiros, mas, ao menos vivi, nem que seja o momento. Muitas vezes fechei os olhos e sonhei. No sonho, imaginei tudo que queria para minha vida e, ao abrir os olhos, tratei de tentar fazer o sonho virar realidade.
Se o meu erro foi sonhar e tentar realizar, ao menos insisti num erro subjetivamente possível.

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Justamente quando tentei ser o mais racional possível, menos louco, ou das coisas "tudo fáceis" (tal qual já me criticara a senhora minha mãe), eu cheguei à beira do precipício. Me tornei, por algum tempo, uma pessoa amargurada, que passou a tentar agir de forma que não condiz com a minha realidade. É de minha natureza agir no impulso. Pois foi no impulso que resolvi tocar baile há quase 10 anos atrás; pois foi no impulso que larguei o serviço público e virei um simples estagiário de direito; pois foi no impulso que errei muito, mas tentando acertar.

Alguém por acaso erra por gosto?

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Chego a conclusão, pois, que se a minha vida for ser, sempre, sonhar e tentar fazer se realizar este sonho, serei uma pessoa feliz. De que me adianta viver para buscar a estabilidade de um emprego público e não fazer o que gosto? De que me adianta trabalhar a vida inteira para comprar uma casa e não ser a moradia própria o que almejo para minha vida? De que me adianta deixar de comprar o carro que gosto apenas para evitar suposto prejuízo de um negócio mal sucedido?
Pois vou trabalhar com o que gosto; morar aonde dá; e comprar o carro que tenho vontade.

Pois também voltarei a sonhar, agir com o coração e menos com a razão e tentar ser feliz. Ao fim e ao cabo, vou viver! Os meus quase 27 anos não voltarão e de nada me adiantará, com 60, ter conquistado tudo (casa, aposentadoria e etc) e não ter mais tempo ou disposição para viver.

A hora é agora e ponto final.

Abraço e boa semana a todos.

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