sexta-feira, 30 de maio de 2014

Nossa tradição e o CTG

Tenho acompanhado mais de perto as promoções tradicionalista de nossa região e, para minha surpresa, os CTG's vêm aumentando seus eventos. Algumas instituições andam fazendo bailes quase que mensalmente e isso é bastante louvável. Sinal de que novos tempos surgem no horizonte, é a construção de novos galpões, muitos deles imponentes. A nova sede do CTG Gaudérios da Saudade, de Estância Velha, conforme já referi dias atrás, é voluptuosa e demonstra a grandeza da instituição. Não vai muito, o CTG Mourão da Estância, também da cidade, já havia construído um belo galpão de pedra e costaneira. Meu amigo Ênio, patrão do CTG Desgarrados da Querência, de Sapiranga, me mostrou o projeto do novo galpão da entidade, belíssimo - por sinal, e que concederá a este CTG que tanto estimo, a maior estrutura tradicionalista da cidade. Pois ontem li em algum lugar que o município de Dois Irmãos cedeu uma área para que o CTG Liberdade Gaúcha construa sua sede.

Isso só reforça que a tradição gaúcha não é feita de modismos e que enfrenta a ação do tempo com garbo e galhardia. Podem ter certeza vocês, nobres leitores, que o que prejudica um CTG não é a eventual "queda de popularidade" do tradicionalismo, mas sim, a incompetência dos gestores. Ora, a grande maioria dos CTG's hoje em dia está estabelecida sob áreas públicas, sem a necessidade de pagamento de aluguel ou outros encargos. Como então passam por tanta dificuldades financeiras? Tudo leva a crer, pois, que a má gestão é o principal entrave de alguns Centros de Tradição.

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Dia desses estive na sede campeira do CTG Pedro Serrano, que é de Sapiranga (o CTG) mas tem sua estrutura (galpão, cocheiras e cancha de laço) no município de Nova Hartz (divisa com Araricá). Bela estrutura, por sinal. Creio ser a maior aqui da nossa região. Demonstrou estar sendo bem administrada e lá haviam muitos gaúcho aproveitando o belo sábado ensolarado para trotear com seus cavalos.

Um exemplo de que a nossa tradição é rentável economicamente.

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Vejo muitos patrões animados em promover rodeios, principalmente porque geralmente estes são abrangidos por leis de incentivo, ou seja, com custo zero e lucro certo. Entretanto, a "filantropia" concedida aos CTG's está diretamente ligada à questão social, ou seja, é necessário dar um retorno beneficente à sociedade. Na prática, porém, pouco vejo as ações sociais. Aqui faço uma ressalva, aliás, pois não participo ativamente de nenhum CTG e pode ser que, de fato, haja uma maior participação e jamais quero ser taxado de leviano. Inegável, contudo, a representatividade cultural de um CTG.

Nossa história é riquíssima e deve ser expandida além fronteiras. Por isso entendo que os CTG's devem investir cada vez mais nas invernadas artísticas e em departamentos voltados à divulgação e difundimento da nossa arte, cultura e história; pois só assim o nosso tradicionalismo permanecerá retumbante.

A tradição não morre, mas uma ajuda na divulgação sempre é bem vinda.

Abraço e bom final de semana a todos.  

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