sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A caminhada.

Com a chegada do horário de verão, para a alegria de muitos e o desprazer de outros tantos, ando (tentando) intensificar minhas caminhadas, na busca de melhores dias para o verão que se aproxima. Não deixei de fazê-las no inverno, embora as tenha diminuído muito mais em razão da falta de tempo, que da ausência de vontade. Pois, ontem, já pude notar um crescente aumento de público no trajeto. O que me parece, analisando breviamente a circunstância, é que as pessoas hibernam automaticamente no inverno, mesmo no deste ano que, pasmem, sequer trouxera o frio.

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Se o hibernar no inverno, em tese, só trás consequencias negativas para a própria pessoa, o mesmo não se pode falar da política. O brasileiro, como regra, não gosta de política e se alija dos processos eleitorais como o diabo foge da cruz. Isso pode-se ver claramente pelo facebook, onde há uma campanha, de ambos os lados, para denegrir o candidato oposto e fazer transparecer que, no mar de lama, um alguém se salva: o seu candidato!
Pessoas que pouco (ou nada!) entendem de política discutem e ganham inimigos com base em informações de terceiros. Não enxergam, por exemplo, que o tal "terrorismo do PT" que tanto abobinam é o mesmo que estão fazendo, sem tirar nem por. E vice versa, pois nada se salva.

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Longe de mim vir aqui defender qualquer partido. Sou apartidário. O meu desgosto com a política, em verdade, não é com a política em si mais com o rumo que foi dado a ela por este partidarismo exagerado aqui existente. São muitos os partidos e é quase inexistente a ideologia. Embora não ache que o período da ditadura tenha contribuído com a história deste país, pelo contrário, admito que nesta época - ao menos - podia se dizer que a premissa da boa política era a ideologia. Seguida de perto pela coragem, principalmente se de oposição fosse.
Pois, hoje em dia, elenca-se uma mão de prioridades e a ideologia, para muitos, sequer figura nela.

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Neste domingo, encerra-se mais uma caminhada eleitoral para dois pontos de vistas diferentes (será?) acerca da governança do Brasil e do Rio Grande. Se ganhar o fulano não será o fim do mundo; caso ganhe o sicrano, pasmem novamente, também não haverá suicídios em massa. Ou seja, o mundo seguirá girando e o Brasil e o Rio Grande enfrentando os mesmos problemas de ontem e de hoje.

Agora, uma coisa eu digo sem medo de errar (e de ser feliz): se nós, o povo, queremos que a vida mude e tenhamos um governo sério, competente e eficaz, tá na hora de deixar a hibernação de lado e ir a luta! Aconselho, dese já, a gostar de política. O segundo e fundamental passo, é aprender o que ela significa e como se faz.

Talvez aí, na próxima, será muito mais fácil convencer alguém no facebook a mudar seu voto; pois, milhares de bobagens deixarão de poluir a boa vontade das pessoas de bem.

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Enquanto isso, seguirei minhas caminhadas. Com atenção redobrada, por óbvio, diante do acréscimo substancial de pessoas fazendo o mesmo, na calçada meia sola do parcão de Novo Hamburgo.

Um bom domingo de eleição a todos e que, na segunda-feira, salvem-se mortos e feridos.

Forte abraço.

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