sexta-feira, 24 de abril de 2015

Churrasco e bom chimarrão

Hoje, dia vinte e quatro de abril, comemora-se o dia do churrasco e do chimarrão. Duas entidades da cultura e da história gaúcha. Deveria, inclusive, ser feriado (risos). Tenho boas histórias para contar envolvendo ambos expoentes da nossa tradição. Aliás, a nossa tradição é tão rica que se sustenta, mesmo com muita gente renegando o que é nosso. Falar em churrasco e chimarrão numa sexta-feira, torna-se o passaporte ideal para dar início a um grande final de semana. Ainda mais se vier o frio que estão prometendo.

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Gosto de assar carne. Um hobby, diria. Já me meti em cada fumaceira... Churrasco na vala, fogão à gás velho transformado em churrasqueira e mais outras tantas. Todavia, os churrascos que me vem em mente são os de festas de igreja. Ala pucha tchê, que cousa buena. De início, lembro-me das festas da Várzea do Cedro. Alguma carne de ovelha saboreei sob benção dos eucaliptos ao fundo do velho salão de festas da localidade. Parece que os churrascos de festa tem outro sabor, impressionante! Também já comi churrasco em festa no salão paroquial de São Chico e na Cazuza Ferreira. A churrasqueira do Salão Paroquial de Cazuza é um colosso, bonita de se ver - principalmente quando tá carregada... Tudo é claro, com o bom e velho espeto de pau. É outro sabor.

De Cazuza Ferreira também vem uma história sobre o chimarrão. O ano era 2008 e o grupo Fandangueiro lá estava para animar um fandango no início do mês de setembro. Uma das noites mais frias que já enfrentei. Na organização do evento a querida Cláudia, que nos cedeu a estrutura da casa canônica fazendo as vezes de camarim. A mudança de temperatura já dava sinais na minha voz. Daí o gaiteiro Jackson, também conhecido por São Borja, grande amigo e uma figuraça, sugeriu tomar chimarrão para espantar o frio e abrir a voz. Entre um mate e outro ele deixava transparecer o medo que estava sentindo dos quadros na parede da sala, todos de Santo, é verdade, mas como a luz era meio de penumbra, coisa de casa antiga, quem fosse meio apavorado achava que, vez ou outra, a Virgem Maria dava uma piscada (hahahaha). Que noite e que baile aquele. Casa cheia e pela madrugada pingava água do velho telhado de zinco, já que um geadão pegava parelho na rua.

Ademais, já fiz referência aqui a um churrascão que comi na casa do nosso colaborador Rodrigo e outros tantos que vão marcando a vida da gente. O churrasco marca a vida do gaúcho pois, não raro, alimenta as festas e os momentos de maior importância. Já o chimarrão é uma rede social milenar que não precisa de cerimônia e nem senha para adentrar. Basta puxar um cepo e ir sentando que a prosa logo surge.

Não é à toa que o velho gosta de um churrasco e bom chimarrão. Se tiver fandango, trago e mulher então.... (kkkkk).

Abraço e bom final de semana a todos.

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