sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Mais lírios; menos macegal.

Não se pode afirmar que o Rio Grande do Sul vive alheio ao carnaval, afinal, em muitas de nossas cidades a folia é tradicional. Porto Alegre, Uruguaiana, algumas cidades da Costa Doce, do Litoral e por aí vai. Em Novo Hamburgo tem desfile todos os anos, embora não sei se há presença de público para tal. Na minha boa e velha São Chico, o carnaval outrora pujante padece um pouco, crise talvez agravada pela mudança de data: por lá, tem sido em março nos últimos anos.

Mas, de fato, o Carnaval não é uma cultura gaúcha. A maioria maciça das pessoas aproveita o carnaval como feriadão e, quando em muito, desfruta dos velhos bailes de salão, também já bastante relegados pelo tempo.

Não quero comparar, obviamente, mas diante da importância limitada que o carnaval tem por aqui, é inconcebível a disparidade financeira que há entre o Carnaval e a Semana Farroupilha, por exemplo. Digo no tocante às verbas de repasse público. Sempre, para o que é nosso, o gauchismo que movimenta todo o estado, os pilas são escassos; enquanto que para o Carnaval, que não representa nada para 70% (ou mais) da população gaúcha, a quantia é sempre maior.

Não entendo.

Ou entendo.

Isso deve fazer parte do complexo de vira-lata que, embora não esteja enraizado em nossas entranhas pampeanas, aparece de quando em vez tipo macega, nos fazendo querer mostrar para o resto do país que não somos tão mal humorados assim; tão prepotentes assim, tão emburrados assim; tão bairristas assim...

Mas daí surge a pergunta que não quer calar: que me importa o que o resto do Brasil pensa de mim?

Respondo: nada!

Enfim, em sendo o carnaval universal, entendo que é muito válida a festa e deve ser mantida. Mas, e sempre tem um más em tudo, que se tenha mais coerência. Coerência!

Olhai os lírios do campo e passai por cima do macegal. Por cima; simples assim!

Bom carnaval a todos e juízo, é claro.

Forte abraço.

Nenhum comentário: