segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Maquiagem.

Passou pela nossa Capital Gaúcha algo similar a um tornado, ou próximo disso, na noite da última sexta-feira, causando muita destruição por toda a cidade. Ainda há gente sem água e sem luz. Pois parece que quarta-feira poderá ocorrer outro fenômeno de proporções parecidas, só não se sabe onde ainda. Esperamos que seja num lugar ermo, sem população e com prejuízos diminutos. Mas é lógico que mais do que mentalizarmos isso, não podemos. A fúria da natureza é implacável.
Pois algo muito similar ocorreu em Novo Hamburgo, no ano de 2014, também ao final de janeiro, causando bastante destruição pela cidade. Mas não pára por aí as coincidências.

Em ambos os casos, o poder público não estava preparado para agir, tão logo o evento terminou. Não falo de antes, pois ainda não temos tecnologia apta a prever eventos dessa magnitude com tempo maior que 1h. O mesmo se diz das concessionárias de água e energia. Em Novo Hamburgo, pasmem, na época, pessoas ficaram mais de dez dias sem luz e a água também faltou justamente em razão da falta de luz. Mas quem fiscaliza isso afinal? Agergs? Aneel? Alguém? Ninguém?

Ora, semana passada novos problemas acarretaram visualização cristalina da competência discutível da concessionária de energia de NH; em Porto Alegre, ao menos, parece que a ação foi um pouco mais rápida e a CEEE parece que teve a dignidade de vir a público prestar contas do seu trabalho. Ainda restam muitas residências sem luz, o que é um vergonha, mas é bem menos que o número inicial, que segundo estimativas passava de 400 mil. Se acontecer aqui de novo, em Nóia, e tomara que não aconteça, certamente seremos mais uma vez castigados pela ineficiência da empresa que debocha de seus consumidores.

Noutra monta, embora crente da fúria da natureza, sempre implacável, não buscarei motivos para tentar explicar o que aconteceu. Temos competentes meteorologistas para justificar. Também não culpo o buraco da camada de ozônio, a poluição e etc. e tal. Muitas condições severas de tempo e temperatura já foram registradas em épocas bem menos desenvolvidas e industriais que agora. Qual foi o motivo no passado?

O que me preocupa é a séria condição de nossas prefeituras, do Estado e do Governo Federal que, de posse do dinheiro dos nossos impostos, se contentam em remendar ao invés de prevenir; que não sabem, efetivamente, guardar os interesses da população, utilizando de forma responsável e eficaz o dinheiro que é nosso. 

As estradas e rodovias demonstram muito o modus operandi dos nossos governos: ao invés de reconstruir todo o trecho comprometido, tapa-se exclusivamente o buraco em específico. Ora, todo o entorno já está malfadado pela água ou umidade. Mas o que vale é uma maquiagem. 

E assim se passam os dias no Brasil: tudo é maquiado e o povo enganado. Por que quer, deixamos bem claro. Por que quer.

Quantos mais temporais serão necessário para que saibamos compreender que vivemos sim numa região de risco, cujo alerta deverá ser constante?

E por Brasília, nada de temporal? Perdoai-vos a minha indelicadeza com a esta infantil e desnecessária brincadeira.

Boa semana a todos.

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