sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Os novos tempos.

Em artigo publicado na coluna CHARLA DO CAMPEIRO, no sítio da Rádio Campanha(www.radiocampanha.com), nesta semana, fiz referência à diminuição de bailes nos CTG's, nesta época do ano, muito em razão do circuito de rodeios crioulos que por toda a região sul temos e também ao fato de, nesta época, os gaúchos são do litoral.

Não irei repetir os argumentos por aqui, afinal, tenho certeza que os leitores do BLOG DO CAMPEIRO já são assíduos frequentadores do sítio da Rádio Campanha, onde escutam a música gaudéria de pura cepa e fundamento, e aproveitam para acompanhar a nossa coluna. Todavia, a partir do tema podemos ampliar o debate quanto a abrangência da música gaúcha em outros locais, que não sejam os CTG's, parques de rodeio, eventos públicos.

De uns tempos para cá, além de um fenômeno natural de retorno de algumas bandas à música tradicional, após o fim do tchê music, vimos um movimento de abertura comercial aos grupos gaúchos em locais outrora fechados à tradição. Falo-lhes de casas noturnas, danceterias, boates, boites - como queiram - que passaram a incluir em suas programações eventos gaúchos. Também muitos Pub's, bares da moda, também seguem esta trilha. E não necessariamente o maxixe impera nesses locais. A música nativista tem uma força tremenda entre a juventude, embora isso seja muito mal explorado por muitos empresários do ramo do entretenimento.

O grande gaiteiro e líder d'Os Serranos, Dr. Edson Dutra, sempre disse que a música gaúcha pode sim evoluir, mas sem modismos; o que concordo. Logo, com respeito às opiniões contrárias, não há qualquer problema na nossa música fandangueira e nativista tocar em locais que não os CTG's e Rodeios.

Sejamos mais abertos a realidade contemporânea e menos radicais, sob pena de elitizarmos a nossa música. Há muito critico postura de muitos CTG's que ao imporem condições as pessoas de baixa renda, fomentaram a disseminação de bailões e afastaram as pessoas da nossa tradição e cultura.

O Rio Grande é de todos. Que saibamos, então saber aproveitar as portas que nos foram escancaradas, reunindo rebanhos que, por uma razão ou outra, se desgarraram de nossas origens. Também, assim se valoriza a nossa classe de músicos, que pode fazer do gauchismo um modo de vida digno.

São os novos tempos.

Abraço e bom final de semana a todos.

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