quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pra relembrar e matar a saudade (parte 3)

Originalmente, o natal é a data específica para cultivarmos a amizade, fraternidade e o amor. Assim, falamos então deste estranho amor, como sempre, pra relembrar e matar a saudade.
Postagem original: Sexta- Feira, 05 de março de 2010.
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Do Estranho Amor

Para um índio velho como eu, taura de marca maior cria da cordilheira dos campos dobrados popularmente conhecida como São Chico, conhecido aos quatro ventos como Campeiro falar de amor é fácil e difícil ao mesmo tempo. Fácil, porque com uma vasta ficha corrida como a citada no início deste texto me dando sustentação, não tenho como apelar para a melosidade. Difícil, no entanto, pois um gaúcho de minha estirpe, tende a ter uma certa “dificuldade”, reconhecidamente comprovada, em tratar de tal tema tão amplo e complexo. Gauchão é qüera meio pelo duro, tosco, grosso e por vezes, até sem coração. Claro, não literalmente falando (hehehe). A amplitude do tema é tamanhã, que podemos tratar do assunto sem falar da palavra. É um universo abstrato, muitas vezes incompreendido e outras tantas sem compreensão. Ora, se tratar de amor e vivenciar o amor é uma das subjetividades da vida , porque então tentar compreendê-lo? A resposta, ao certo, eu não tenho. Diria que acredito ser impossível a pessoa viver sem o amor. Ser grosso ou xucro não é em nenhum dicionário sinônimo de solidão. E o desamor é algo que eu sinceramente não acredito que exista. Pode haver a indiferença, a falta de carinho e a raiva. Agora, desamor não existe já na sua fonte. A palavra é uma conjuntura muito mais sentimental do que sintática, enfim. Trato do tema hoje aqui neste blog creio que pela primeira vez. Não por um motivo específico e sim para tentar compreender, ainda que sinteticamente, um pouco do caminho que este estranho ser, este sentimento corriqueiro, pretende muitas vezes passar de lição para as nossas vidas.
Dentre as muitas faces em que se apresenta o amor, diria que a compreensão é umas das mais importantes. Saber aceitar e entender as diferenças do ser amado é o primeiro passo para levar adiante toda ou qualquer relação. Vejamos o meu caso: eu admito que sou uma pessoa de convivência difícil. Tenho um gênio forte, sou bravo demais e com a paciência que se esgota antes da terceira badalada do relógio. Ainda, como continuidade, sou um gaudério meio sem paradeiro em virtude de algumas situações dentre elas a música. Assim sendo, não é nada fácil gostar de mim. Por vezes acredito que eu sou até meio incompreensível. Mas será que minhas qualidades sobrepõe-se em face a estes “defeitos” assim classificados por mim mesmo? Talvez. Ou espero que sim, pelo menos. O que pode e deve ocorrer, na verdade, é uma espécie de adaptação as características do outro, pois, só assim a convivência poderá ser harmoniosa e a relação de afeto não terá prazo de validade. Outra coisa é agir frente aos problemas próprios. Se eu sei que as situações acima são defeitos meus, porque então não trabalhar para corrigi-los? Ou pelo menos atenua-los? Em suma, no final das contas a responsabilidade pelo sucesso ou derrocada de cada um de nós está dentro de nós mesmos, nas ações e omissões, enfim, nas nossas escolhas. Se eu escolher ser um chato de galocha, ninguém vai querer me aturar e inevitavelmente estou fadado a solidão. Sei que sentimento que trato no blog hoje é bem mais diversificado do que simplesmente a compreensão. Porém, resta-me aprendê-la ainda, para que, de fato, eu possa passar para o próximo passo.
Tempos atrás, havia uma propaganda de uma marca de chocolate na televisão que falava um suposto conceito de amor. Muito original esta. Aliás, em termos de publicidade e propaganda os profissionais brasileiros do ramo estão se superando cada vez mais. Basicamente a propaganda dizia que o amor surgia de componentes físicos da atração, seguido por aquela sensação de paixão, euforia, saudade contínua. Se passado um determinado tempo, todas estas situações permanecessem em sua vida, então você estaria diante do amor verdadeiro e ele, reciprocamente, diante de você. Conceito interessante. Nesta levada, a música também sabe expressar muito bem, e com qualidade o suposto significado de amor. Quem não sabe recitar os versos de “Carinhoso” poema musical celebre de Pixinguinha:
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“Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim”
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O amor é realmente tão complexo, que até mesmo sobre versos apaixonados o autor coloca uma adversidade. Ainda que existam diversos conceitos dirimidos por aí, ou que se apresentem demasiados “ditos” entendidos para profetizar sobre o assunto, não creio o amor, estranho sentimento denominado amor, ter um significado real. Seu entendimento é particularmente obra de cada um de nós. E, na maioria das vezes, o conceito de amor é simplesmente amar.
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Um grande abraço a todos.

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