segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Defumando Ausência






O Zé era Rei. Seja Rei do canto ou, até mesmo da agua benta, como diziam os amigos, mas era Rei. A sensibilidade do Zé Cláudio para entonar seu canto era tamanha, que ouso dizer e a gauchada em peso vai concordar comigo: foi o maior. Zé Cláudio era sim um Rei. A emoção me toma consta de forma tamanha, que simplismente não consigo escrever. Falar sobre José Cláudio Machado, que imortalizou em sua voz canções antológicas: “Pêlos”, “Pedro Guará”, “Milonga Abaixo de Mau Tempo”. Isso para sintetizar. O legado do Zé Cláudio, contudo, é analítico. O seu canto ganhou a imensidão do mundo, ultrapassou fronteiras e conquistou os pagos da nossa querência, O Zé era Rei, sim senhor. O Zé fará uma falta incalculável. Calou-se a voz que reverenciava o Rio Grande, mas não o seu canto.
A música do Zé seguirá o caminho, continuará a difundir as coisas da nossa terra e os confins do nosso rincão. A voz do Zé Cláudio jamais se calará! Agora, neste momento ao fechar os olhos, parece que vejo e ouço o Zé interpretando brilhantemente alguma canção. Defumando Ausências, quem sabe? Não. Milonga Abaixo de Mau Tempo! Se amanhã amanhecer chovendo, certamente o Zé Cláudio chegou lá em cima fazendo o que sempre fez de melhor: cantando.
Não consigo mais escrever. Não que o Zé não mereça, pelo contrário. É que não consigo. Sinto que perdemos alguém que achei que seria imortal. Agora, entendo que a imortalidade do Zé Cláudio se dá por seu legado, pelo seu canto e por sua voz. Se o corpo já não está mais presente entre nós, está sua alma, história e canto. E como cantava o Zé.

Com profundo pesar noticio o falecimento de José Cláudio Machado. O maior intérprete que o Rio Grande já conheceu. Vá em paz amigo, que aqui ficam o seu fãs, defumando a tua ausência!



Bruno Costa "Campeiro"

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