sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Encolheram nossa comida!

Houve um tempo, que não faz tanto tempo assim, que o programa mais barato do final de semana era sair com a família para comer um ‘xis’ no “trailer”, quase sempre da esquina. Bons tempos aqueles. Lembro-me de sair com os meus pais, ainda lá em São Chico, para comer o lanche. Naquele tempo, R$ 10 (dez reais) era o suficiente para pagar a comida de todo mundo e ainda custeava parte do refrigerante. Hoje, dependendo da lancheria, não chega nem para pagar o próprio ‘xis’. Lembro ainda que naquela época podia dividir tranquilamente um lanche com minha mãe, primo, ou amigo e mesmo assim ficaríamos satisfeitos. A circunferência de um ‘xis’ pairavam sobre ás bordas de um prato raso, ao contrário dos nosso dias atuais em que mal tampa o fundo do mesmo. O artifício de ser um lanche não só barato, como também rápido, também não cola mais na nossa sociedade atual. Cansei de esperar quase meia hora por um. Enfim, coisas do advento da vida moderna que tem atingido, pasmem, também nossa comida. Não a ponto de faltar, a princípio, mas de encolher.
Novo Hamburgo, felizmente, ainda possui algumas lancherias que lembram muito bem os tempos de outrora. Uma destas, bem conhecida por sinal, próxima ao cruzamento da Bento com a Nicolau Becker, ainda funciona num “trailer”, inclusive, e o pão do “xis” ainda é digno de fazer a graça de algum esfomeado. O “encolhimento” da comida não atingiu só o pão não. Minha bolacha recheada predileta, aquela com carinha, biscoito de chocolate e recheio de morango diminuiu de tamanho (mas não de preço, óbvio). Quando era guri, um pacote tinha 200g e hoje 164g. O sabor, embora seja bem próximo o daquela época, teve sutil alteração quando a mesma passou a ser feita com farinha integral. Crianças pouco se preocupam com que farinha é feita e acho que os pais também, mas... Minha sorte é que em um dos meus severos regimes que fiz, meio que aboli o amor pela bolacha; hoje como raramente. O refrigerante era em garrafa de vidro. Tão mais saboroso que está voltando às prateleiras dos supormercados. Enfim, o mundo moderno nos trouxe facilidades que não se confundem com qualidade.
Por fim, como não falar no alimento mais consumido em todo mundo: o pão. Quando ainda morava em São Chico, quase todas as manhãs “quebrava” na esquina da Benjamin Constant, oriundo da Pinheiro Machado, e me dirigia à padaria Canani ( que há tempos não existe mais) para comprar um pão d’água (de quilo ou de quarto de quilo, se não me engano). Quando a vó dava um dinheiro a mais (por desatenção ou por querer mesmo) ainda comprava um sanduíche de nata, queijo e mortadela. Senhoras e senhores lembro-me como se fosse hoje: o sanduba custava inacreditáveis R$ 0,40 (quarenta centavos). Que coisa! O pão d’água se foi. Algum lugar ou outro ainda o vende com a intenção de incitar a nostalgia dos consumidores. O nosso pão também diminui. Hoje, faz a fama o popular ‘cacetinho’ ou ‘de sal’ como dizem os irmãos catarinas. Quem reina é o francês. Acho que vou fazer terapia. Não consigo me conformar com “sumiço” do que é bom. Querida, me acode, encolheram nossa comida!

Abraço e bom final de semana a todos.

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