segunda-feira, 25 de junho de 2012

Modernidades

Sinais de que os tempos, de fato, estão mudando a gente têm visto todos os dias, todavia, algumas coisas de tão marcantes se sobressaem e penetram na mente humana. Vejamos a imagem de Lula e Maluf juntos, semana passada. Se por acaso você passou cerca de vinte anos em coma e acordasse agora, provavelmente não iria entender nada e fatalmente preferiria retornar ao coma (risos). Não estou aqui, hoje, para criticar a postura de A ou B. Com o passar da vida, a gente vai aprendendo que a lógica fica de lado em prol dos interesses. Lula e Maluf certamente continuam a pensar de forma distinta, mas, o que interessa mesmo é o poder, a boquinha, isso para não dizer outras coisas. Ouso lamentar que Lula tenha se aliado justamente com Maluf, um corrupto de carteirinha procurado, inclusive, pela Interpol. Que coisa!

Estas alianças políticas insólitas não tem sido exclusivas de agora. Há bastante tempo que, vez ou outra, aparecem, embora na atualidade marcam mais, pela proximidade. Vejamos minha querida São Chico: por lá, se desenha uma aliança política envolvendo PMDB e PP. O problema é que por décadas ambos os partidos foram adversários ferrenhos. Ou se era MDB (depois PMDB e derivados), ou se era Arena (depois PDS, PPB e, finalmente, PP). Na eleição mais marcante da história, em 1992, onde a diferença fora de cerca de 80 votos (apenas), os dois partidos estavam se degladiando voto a voto. Enfim, outros tempos. Eu mesmo, por anos levantei a bandeira de um mesmo partido. Tudo por convicção ideológica. Hoje, abandonei a política. Não abandonei a minha convicção ideológica, mas sim, o partido é que assim o fez. Sigo a minha caminhada (bem longe) e em outubro é possível que, pela primeira vez desde a habilitação como eleitor, deixe de proferir o voto.

Isso está errado, eu sei. Deixando de votar eu não estarei ajudando nem o município, nem o país. Pelo contrário, estarei sendo conivente com esta corrupção toda que ecoa forte nos quatro cantos deste Brasil. O problema é que, para um cara de convicções como eu, aceitar estas alianças eleitoreiras e sem fundamento é brabo! Embora não tenha vivido quase esta época, tenho saudade do tempo em que havia um romantismo político, quando os partidos defendiam a bandeira e as convicções partidárias e que, se não fosse pra ser conforme a ideologia do partido, que então não fosse. Foi assim que sempre militei politicamente, com convicção e ideologia. Mas aí a coisa foi se perdendo e os próprios companheiros passaram a esquecer a história. É, acho que estou mesmo ficando velho. Um velho que ao se lembrar constantemente no passado, não consegue se adequar a estas “modernidades” deste mundo atual globalizado. Hosana nas alturas! Que bom que estou ficando velho...


Abraço e boa semana a todos.


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