De
fato o tempo passa. Parece que foi ontem, mas lá se vão mais de seis anos que
coloquei a mochila nas costas e me ‘bandiei’ pra Capital. Confesso-lhes que num
primeiro momento, eu mesmo me assustei com a troca da vidinha pacata pelo
agito, trânsito e a criminalidade de Porto Alegre. Poucos meses depois, já
transitava pelas ruas como se tivesse em casa e de lá, até hoje sinto saudade.
Embora tenha ficado pouco menos de dois anos, a vivência do período me fez
crescer como pessoa, enxergar a verdadeira realidade da vida além de
aproximar-me ainda mais dos meus pais. Eu era um filho rebelde. Aliás, acho que
ainda sou! Tomo decisões e coloco-as em prática antes mesmo de perguntar a
opinião de alguém. Antes, porém, era mais “rebelde”. Minha rebeldia limitava-se
aí e pode até parecer que não era nada, mas sei lá amigos e amigas, pai e mãe
temos que respeitar sempre, mesmo quando defendem coisas sem nexo algum.
Depois,
voltei para casa. Consegui uma transferência do meu emprego e retornei pro lar.
No início, só alegria; com o passar do tempo as coisas foram voltando a sua
normalidade e a constante rotina. A rotina não é muito legal. Diga-se de
passagem, tenho sérias dificuldades em me limitar a uma coisa por muito tempo.
Isso não significa que abandono-a, mas sim, que trato de dar um “gás” naquilo
que parece estar perdendo a carreira para a comodidade. É da vida. Para quem
ainda não encontrou o seu verdadeiro destino é muito pior, tendo que viver numa
rotina que liga o nada a lugar algum. De fato o tempo passa. Parece que foi
ontem, mas lá se vão mais de seis anos que coloquei a mochila nas costas e me
‘bandiei’ pra Capital...
Passou
tanto o tempo que cá estou eu, hoje, de malas prontas novamente para seguir o
destino que a vida me deu. Desta vez, não parto com o objetivo de voltar, não
como residente, mas tão somente como visitante. Chego o dia em que a gente olha
para trás e enxerga que tudo que fora construído até então já não te basta
mais. Chega o dia em que a gente olha para trás, enche os olhos de lágrimas,
mas segue firme mirando para frente. Talvez os pais nunca compreendam os
motivos de sairmos de lá, das asas deles; e aqui, com todo respeito
parafraseando a música, mas, no fundo, eles sabem que os filhos são como
pássaros, que depois que crescem querem voar. E voam. Eu hoje estou batendo
asas e seguindo meu destino. Sem olhar para trás e sem esquecer do caminho que
me leva aos meus, àqueles que amo. E como amo!
E
aqui vai o abraço deste que vos escreve com lágrimas nos olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário