quinta-feira, 15 de novembro de 2012

No dia em que saí de casa...

De fato o tempo passa. Parece que foi ontem, mas lá se vão mais de seis anos que coloquei a mochila nas costas e me ‘bandiei’ pra Capital. Confesso-lhes que num primeiro momento, eu mesmo me assustei com a troca da vidinha pacata pelo agito, trânsito e a criminalidade de Porto Alegre. Poucos meses depois, já transitava pelas ruas como se tivesse em casa e de lá, até hoje sinto saudade. Embora tenha ficado pouco menos de dois anos, a vivência do período me fez crescer como pessoa, enxergar a verdadeira realidade da vida além de aproximar-me ainda mais dos meus pais. Eu era um filho rebelde. Aliás, acho que ainda sou! Tomo decisões e coloco-as em prática antes mesmo de perguntar a opinião de alguém. Antes, porém, era mais “rebelde”. Minha rebeldia limitava-se aí e pode até parecer que não era nada, mas sei lá amigos e amigas, pai e mãe temos que respeitar sempre, mesmo quando defendem coisas sem nexo algum.
Depois, voltei para casa. Consegui uma transferência do meu emprego e retornei pro lar. No início, só alegria; com o passar do tempo as coisas foram voltando a sua normalidade e a constante rotina. A rotina não é muito legal. Diga-se de passagem, tenho sérias dificuldades em me limitar a uma coisa por muito tempo. Isso não significa que abandono-a, mas sim, que trato de dar um “gás” naquilo que parece estar perdendo a carreira para a comodidade. É da vida. Para quem ainda não encontrou o seu verdadeiro destino é muito pior, tendo que viver numa rotina que liga o nada a lugar algum. De fato o tempo passa. Parece que foi ontem, mas lá se vão mais de seis anos que coloquei a mochila nas costas e me ‘bandiei’ pra Capital...

Passou tanto o tempo que cá estou eu, hoje, de malas prontas novamente para seguir o destino que a vida me deu. Desta vez, não parto com o objetivo de voltar, não como residente, mas tão somente como visitante. Chego o dia em que a gente olha para trás e enxerga que tudo que fora construído até então já não te basta mais. Chega o dia em que a gente olha para trás, enche os olhos de lágrimas, mas segue firme mirando para frente. Talvez os pais nunca compreendam os motivos de sairmos de lá, das asas deles; e aqui, com todo respeito parafraseando a música, mas, no fundo, eles sabem que os filhos são como pássaros, que depois que crescem querem voar. E voam. Eu hoje estou batendo asas e seguindo meu destino. Sem olhar para trás e sem esquecer do caminho que me leva aos meus, àqueles que amo. E como amo!

E aqui vai o abraço deste que vos escreve com lágrimas nos olhos.

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