sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Obrigado, AMIGO!


Em primeiro lugar peço desculpas a todos pela minha longa ausência. Andei trabalhando e estudando bastante, e não consegui manter uma regularidade de postagens. Em respeito a todos, peço desculpas novamente.

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A vida de músico não é fácil. Eu digo isso porque tenho bagagem para dizer. Muitos acham que músico é vagabundo e que tem esta profissão pra não precisar trabalhar. Não sabem a maioria das pessoas que músico trabalha. E como trabalha. Outros tem vontade de viver de música e na música porque acham que tudo é festa, regado a bebida, mulher, dinheiro e outras coisas boas. Isso tudo pode até existir, mas, eu, nunca vi. Primeiro, bebida não combina com profissionalismo; segundo depois de cinco horas de baile alguém tem condições de ir atrás de mulher? Além do mais eu estou muito satisfeito com a minha; terceiro é o dinheiro. Foram se os tempos das vacas gordas, agora, é tocar pra empatar.
No entanto, uma coisa tem com certeza no ramo da música: companheirismo. Há desavenças? Claro, como em qualquer empresa. Cada um tem sua posição, mas juntos lutamos pelo todo. As vezes a peleia é feia? Com certeza, mas em cima do palco só tem espaço para alegria, pois afinal temos que proporcionar bem estar ao nosso público. A união existe certamente, e é por isso que seguimos firme na nossa luta, que é levar o nosso sentimento ao coração das pessoas.
Estes dias comecei a contar e cheguei a conclusão que já estou nesta vida a mais de onze anos. Meu Deus! Como o tempo passa. Já fazem onze anos que vivo na música. De música ainda falta um pouco (hehehehe). Fazendo um rápido balanço, acho que tenho aproveitado bem este tempo. Me judio um pouco, não ganhei dinheiro, mas sou feliz, faço o que gosto. Não me ajeitei financeiramente mas arranjei inúmeros amigos, e isso certamente é o meu maior orgulho. Entre eles está o Airton (foto).
O Airtão, carinhosamente como chamo, é meu primo. Sempre tivemos um contato como família, mas este nunca foi tão direto como nos dois últimos anos. Ano passado quando conversamos pela primeira vez sobre a montagem de um novo grupo não achávamos que a nossa parceria seria tão grande. Surgiu então o Grupo Alma de Campo. Sua existência foi curta, mas muito proveitosa, pois, aprendi muita coisa. Este ano, com o fim do grupo, ficamos eu e o Airton de certa forma largados meio tipo bicho nesta peleia da vida. Quando surgiu um novo grupo, que veio a ser o Fandangueiro, o Airton de pronto condicionou a participação dele à minha. Apostou no meu talento, na minha fibra, no meu conhecimento e na minha lealdade. Partimos, então, para mais uma jornada, lado a lado.
Sei que vocês não estão me vendo, mas neste exato momento uma profunda emoção toma conta de mim. Acontece que no último dia 27, domingo, encerrou-se mais uma etapa na minha vida. Apartir de agora o Airton deixa de fazer parte do grupo Fandangueiro. Vai se dedicar à família, a criação da pequena Manoela. Enfim, o Airton parou de tocar. Não sei se em definitivo, mas parou. Apartir de agora caminho sozinho nesta jornada. Digo isso, porque, sendo nós parentes, o lado familiar sempre pesou nas nossas decisões. Cresci profissionalmente ao lado dele, e ele aprendeu novos caminhos ao meu lado.
Encerra-se assim, momentaneamente, a nossa parceria de bailes, contudo a nossa parceria de vida nunca se acabará.

Muito obrigado AIRTON DE LIMA E SILVA, pelos ensinamentos, pelas lições de vida, por esta parceria incondicional que tivemos. Que Patrão Velho ilumine a tua nova caminhada e que muito em breve estamos juntos em cima do palco novamente. Pois afinal, a gaita do maior tocador de valsa que eu conheço, não pode parar.
Airtão, o rei da valsa. Um grande amigo.

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Ia dedicar uma postagem especial com referência as eleições do próximo domingo. Contudo, como este aqui não é um palanque eleitoral, e, com medo de ser imparcial, desisti. Só quero lembrar que não podemos esquecer que este é o momento de lutarmos pelas nossas cidades. Mantendo quando o serviço esta sendo bem feito, e mudando quando acharmos que podemos muito mais.
Bom voto consciente a todos.

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Um abraço e bom fim de semana a todos.

Um comentário:

Antônio Dutra Jr. disse...

Graças ao Aírton, sei enjambrar meia-dúzia de floreios numa cordeona. Sem dúvida, homenagem mais que merecida.

Grande abraço, primo!