segunda-feira, 11 de julho de 2011

Seguindo por diante

Os dias de frio parecem ter, ainda que momentaneamente, esquecido um pouco destes reles mortais aqui do Rio Grande. “Ala pucha tchê, que se assustemo” (risos). Passados os últimos acontecimentos as coisas vão se colocando no seu devido lugar e eu já começo a dar início em um novo projeto na minha vida. Peço a todos que tenham paciência, que muito em breve utilizarei deste espaço para divulgar as minhas idéias. Isso não impede contudo que eu aproveite este (breve) recesso perante os palcos do Rio Grande afora para refletir acerca desta minha carreira de mais de quinze anos de música. Sim, por incrível que pareça, já possuo todo este tempo de convivência com a arte melodiosa. Destes, os últimos seis ininterruptos dedicados a vida baileira. Posso me considerar uma pessoa que conhece o ramo e assim, não será difícil começar de novo mais uma vez. Num primeiro momento me senti meio que desacorçoado. Depois, lembrei-me da onde vim e como agem os gaudérios de minha terra. Por fim, levantei de novo e já estou de pé pronto pra montar no lombo do pingo novamente.
Creio que a minha primeira reação, a de impressão de não saber o que fazer, se deu em função da novidade que aquilo representava em minha vida. Muitas vezes não estamos preparados para coisas novas. Assim como os idosos tem bastante dificuldade de aprender a lidar com a modernidade, com o celular, por exemplo, também somos seres humanos e inevitavelmente possuímos dificuldade em enfrentar algumas circunstâncias, principalmente quando inesperadas. Insta salientar que muitas vezes até sabemos, no fundo, que as coisas estão prestes a acontecer, porém, não queremos enxergar. Como diz o velho ditado: mais cego é o que não quer ver. Enfim, não sei. De qualquer forma, como dizia o saudoso Presidente do Sport Club Internacional Frederico Arnaldo Balvé: vamos fazer do limão uma limonada. E assim se vá gauchada, “ p’ à três cruzes”.
Se as palavras de hoje restam como remanescentes das últimas de sexta-feira, certamente serão as últimas acerca do assunto. Se não se pode passar uma borracha no passado, também não se pode viver em função dele. O que se passou, passou. Agora seguimos por diante na busca de coisas novas sem, contudo, jamais renegar as origens. A minha origem gaudéria, nos primórdios lá nos campos de Cima da Serra, trago sempre comigo e utilizo esse fundamento para seguir em frente. Assim vou seguir cantando e compondo, falando das coisas do meu Rio Grande, do campo, do cavalo, da lida e dos campeiros. Campeiros como eu. Campeiros que trazem as coisas do Rio Grande na essência e que não se entregam jamais. Não tá morto quem peleia e eu vou seguir por diante...peleando.

Forte abraço a todos uma boa semana.

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