sexta-feira, 1 de julho de 2011

Meu orgulho em ser serrano

Tenho procurado assuntos acerca do gauchismo. Contatei as minhas velhas fontes em busca de novidades, todavia, não consegui resultados muito satisfatórios. Se formos ver a agenda da região, por exemplo, no que tange ao gauchismo temos poucas opções. Os bailes estão ficando mais escassos. Estão ficando mais escassos por culpa de quem? Dos CTG’s? Dos gaúchos e gaúchas que por questões diversas estão abandonando os galpões gaudérios? Eu tenho um posicionamento claro sobre o assunto, que na prática se dá através da soma dos dois questionamentos. Mas hoje é sexta-feira. Como todos sabem, em regra, por aqui não se trás assuntos polêmicos neste dia da semana. Assim, segue o baile (risos). Falar sobre o inverno mais uma vez seria chover no molhado, afinal, nas duas últimas postagens creio ter falado sobre esta gloriosa estação climática. Sim, gloriosa. Tal como as outras três. Cada uma com característica própria, vantagens e desvantagens. Como o resto da vida. Posso falar sobre a a atual estação, no entanto, de forma indireta. Hoje ao final da tarde, parto ao rumo do friozinho lá dos campos dobrados da nossa serra e no rastro da fumaça dos fogões de lenha, chegarei contente ao meu destino: São “Chico” de Paula.
Faz algum tempo que não vou pra São Chico já na sexta-feira. Tempo menor, contudo, faz que não visito os meus patrícios. Saudade? Sempre. Quem nasceu ou viveu nos limites da Terra Boa, jamais vai deixar de sentir saudade quando encontra-se longe dos pagos. Aliás, nos brilhantes versos que escreveu, o saudoso acordeonista, cantor e compositor Adelar Bertussi já explicitava que o serrano (como é conhecido quem nasce em São Chico) só morre feliz, morrendo em cima da serra. Os compromissos desta vida agitada que levamos acaba por nos privar de algumas coisas. No meu caso específico, não deixei de ir com freqüência a minha terra natal por algum motivo específico, mas sim, por razões oriundas da necessidade profissional. As vezes precisamos fazer algumas escolhas e estas nem sempre vão de encontro com as coisas que gostamos de fazer. Faz-se opções nem sempre tão “animadas” hoje, para aproveitar os frutos colhidos amanhã. Se a vida é feita de escolhas eu faço as minhas, sem titubear, e por saber que ali na frente eu atingirei os meus objetivos pessoais e profissionais. Mas amanhã eu vou matar a minha saudade.
De poncho emalado por diante. Frase, aliás, que tem servido de lema para mim nestes últimos dias. Assim, sigo logo mais a tarde para São Chico de Paula, não buscando o frio que de forma intensa lá me espera, mas sim, o calor dos patrícios, familiares e do povo de cima da serra. Se a falta destes fomenta a minha saudade, serve também de combustível para suprir as ânsias e pegar a estrada no rumo do meu povo. Subir a serra e rever a minha gente, ouvir o som do minuano num contraponto ao toque de cordeona. Assistir a fumaça dos fogões de lenha entrelaçadas a cerração sempre presente. Passear pela “Avenida” ou pelo “Lago” e ver as pessoas entrouchadas e sorrindo. Lá impera a felicidade. Isto é São Chico: terra boa, gente forte hospitaleira, todo serrano é pachola e a serrana é faceira (Adelar Bertussi). É nesta terra que tenho origem e digo isso até para quem não me pergunta. Eu sou de São Chico e com um orgulho imensurável.
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Um fraterno abraço e bom final de semana a todos.

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