quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O melhor... da primavera!

Quando chega o fim de setembro, na saída do verão, é chegada a hora de destinar ao nosso povo gaúcho as merecidas homenagens em razão do aniversário da Revolução Farroupilha. Vinte de Setembro é sim um momento único para nós aqui no Rio Grande, de modo que, ano após ano, procuro escrever palavras que façam todos nós lembrarmos de onde viemos e para onde devemos ir. Viva o Rio Grande! Eis, então, o melhor da primavera: 


Os que tem tutano e garra

Quando o General Bento Gonçalves da Silva tomou as rédeas da República Riograndense, depois da proclamação proferida pelo destemido General Antônio de Souza Netto, estava ali estabelecido o principal ato da nossa Revolução Farroupilha. Denota-se que tal fato ocorrera em 11 de Setembro de 1836. Logo, por este aspecto, a data a ser comemorada seria esta e não o 20 de Setembro, quando iniciou-se a Revolução (há, inclusive, discussão nesse sentido). Todavia, penso que o nosso 20 de Setembro já é data calcificada nos ditames de nossa história, haja vista que ali, há cento e setenta e sete anos atrás, ecoava o grito de liberdade, de respeito aos nossos patrícios e a nação do Sul do país. Ali, não se discutia o anseio de alguns, mas sim, de muitos, de uma maioria peleadora que já estava cansada do cabresto que tentavam nos impor. A nossa história é manchada de sangue? Sim. Mas também de suor, lágrima e fundamento. O sangue escorrido foi dos brados combatentes que ousaram se rebelar à tirania imperial. E o resultado da guerra veio forjado pela nossa liberdade.
De lá para cá viemos aos poucos enaltecendo a nossa tradição farrapa. Para os que pensam que somente “ontem” passamos a valorizar o que é nosso, no mínimo é um alienado. Ou, deve viver a história dos outros. Virtude, Gaúchos e Gaúchas, é algo que deve estar impregnado entre nós. Os que andam por aí, de boca em boca, minimizando o que é nosso, sequer sabe o significado de virtude. E aqui, não peço que ninguém passe a utilizar bombacha ou um lenço no pescoço para provar que é gaúcho. Basta saber que não foi à toa que muitos dos nossos pelearam por quase uma década. Se hoje temos o respeito dos de fora, é porque ontem alguém doou sua vida em prol de um objetivo e de um legado que paira em nossas consciências. Senhoras e senhores, que os nossos Farrapos não tenham peleado e morrido em vão.  
Quando digo que até hoje cultivo os ideais separatistas, é porque tenho a certeza de que o nosso povo, por si só, é capaz de conduzir a sua nação. Nós nascemos para viver em liberdade, para cultivarmos a nossa própria cultura e história, eis que sabemos da onde viemos e para onde queremos ir. Hoje, neste dia 20 de Setembro, encho-me de orgulho para dizer que SOU GAÚCHO. Um dia antes e um depois, mantive e manterei o mesmo sentimento. Aqui no Rio Grande, trazemos com altivez e na ponta dos cascos a nossa história de luta. A data de 20 de Setembro é um símbolo de uma história que a cada dia se constrói em cima da peleia de outrora. Serve para relembrarmos Bento, Netto, Corte Real, Garibaldi, Anita, os Lanceiros Negros, eu, você, enfim, nós os Gaúchos que construíram e que constroem essa história. Esses são os GAÚCHOS, povo de brio, valor e essência. São esses os que tem tutano e garra.
Viva o Rio Grande e todo o nosso povo.
Que baita orgulho Tchê, ter nascido Gaúcho. Uma marca que nunca se apaga!


Publicado originalmente às  08h, quinta feira, do dia 20 de setembro de 2012.

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