Esta é uma pergunta que não
quer calar. Vem passando os anos e eu cheguei a conclusão, dia
desses, que já não sei mais o que significa o natal.
Lembro-me, com saudosismo (e sou saudosista, amigo Rodrigo) dos
tempos de criança, sentado no velho sofá da casa da Vó
Frida, em São Chico, concentrado e comportadinho (nem piscava)
esperando o Papai Noel. Aí entrava alguém, com uma
barba falsa e com aquele velho 'hohoho' e eu fica entusiasmado. No
fundo eu sabia que aquilo não era a realidade, mas foram
alguns dos melhores anos da minha vida. Hoje, nem mesmo a fantasia do
natal motiva as pessoas; ou a mim, ao menos. Já não
consigo mais achar a propaganda da Coca-Cola original ou a do grupo
Zaffari. O que mudou?
Minha mulher, esta semana, falou que o
que nos falta é uma criança (confesso que gelei,
pensando no duplo sentido da afirmação - hahaha), pois,
os adultos, preferem ver as dificuldades e não as virtudes da
vida. Impressionaste! Não foi à toa que casei contigo
Mariana! Nós (e me incluo sem pestanejar) aprendemos com o
passar do tempo a só enxergar o lado ruim da vida. Tanto que
esquecemos de visualizar o natal como um momento de união
familiar e de repeito ao próximo, passando a valorizar mais o
apelo comercial e a possibilidade de não precisar trabalhar no
dia 25. Logo, é preciso não voltar a ser criança
(momento em que deixo o saudosismo de lado), mas sim, voltar a ser
mais feliz. Acreditar nas coisas simples da vida.
Pois na segunda-feira agora, estive
com a Mariana na agência central dos Correios de Novo Hamburgo,
fins de buscar umas cartinhas de crianças carentes para que as
mesmas (ao menos elas) possam continuar acreditando na magia do
natal. Garanto-lhes que será um dinheiro bem empregado, pois a
felicidade de uma criança vale muito. Não to aqui
pagando de bom samaritano, daqueles que ficam o ano inteiro sem
ajudar ninguém e agora querem aparecer. Não. Faço
de coração porque é importante para mim. Acho, e
a esta altura da vida me julgo no direito de achar alguma coisa, que
vendo as dificuldades dos outros a gente aprende a ser menos
mesquinhos.
O que é o natal, afinal?
Simples: é a oportunidade única que temos de, enfim,
chegarmos a conclusão de que nossas vidas precisam de um
destino e que sozinhos não somos ninguém. Hoje eu sei o
que o que importa é o sorriso de uma criança feliz. Jaz
ali uma pontinha de esperança de que no amanhã ela
possa ser uma pessoa de bem. Que faz o bem.
Já no tocante a criança
que a Mariana falou, antes que me perguntem (hehehe), digo que vai
demorar um pouco ainda. Mas que uma criança muda tudo isso
muda. Um cachorro talvez quebre o galho também (hehehe). Mas
dá um trabalho...
Abraço e bom final de semana a
todos.
PS.: Sexta-feira 13 em pleno dezembro? Bahhh...
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