quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Observador

Meu amigo Rodrigo de Bem Nunes, novo colaborador do Blog do Campeiro iniciou seu texto "Esquerda, Direita, Hipocrisia e Marketing" com o seguinte questionamento: "Você é de direita ou de esquerda?". Embora tenha prometido a mim mesmo não me envolver mais com a política, não me furto a falar dela quando cutucado. Antes de qualquer coisa, aliás, queria dizer que o texto do amigo Rodrigo é excelente, objetivo e toca num ponto central: o que é ser de direita ou de esquerda, afinal? Ainda exista tal diferença no Brasil de hoje em dia? Respondo: creio que não!

Me imaginava como um militante da esquerda, nos primórdios da minha luta política. Sim, muito militei com o objetivo de, um dia, tornar-me prefeito de São Francisco de Paula. Com o passar do tempo e o meu amadurecimento como pessoa, cheguei a clara conclusão que de esquerda eu nunca fui. Mas também não podia me considerar de direita. Logo, sou do centro? Fosse um covarde e não corresse o sangue gaudério em minhas veias tenderia a dizer isso; mas não, não posso ficar em cima do muro. Sou do que então, afinal?

Pois com os dias passando, depois de muito observar (é observando que se aprende), comecei a achar que o problema não estava em mim, que não conseguia me enxergar em um lado da política, mas sim, na política que não conseguia se enxergar em mim. Mesmo com o sangue de políticos correndo em minhas veias, cheguei a conclusão que, o melhor que faço é deixar a política de vez. Quando meu pai tomara esta decisão, no mesmo caminho, não conseguia compreender. Mas aí vieram os anos e os cabelos brancos.

O que acontece, meu caro Rodrigo, é que em um país livre, tal qual o nosso, as pessoas podem (e devem) ter o direito de simplesmente não querer saber de política. Quer em função do desalento com os nossos políticos, partidos, corrupção ou por não gostar mesmo da política. Eu jamais deixarei de gostar da política, aquela tradicional fomentadora do debate. Mas não gosto da política apresentada hoje em dia, da hipocrisia e do marketing, tal qual mencionaste (e bem!). Desta forma, sou um dos tantos que, hoje, não estaria disposto a abraçar o teu exemplo de partido. Fugindo da raia? Não, apenas esperando e observando.

Como falei, hoje em dia eu sou um observador. E como observo!

Abraço a todos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tava inspirado em... pelo que já li do blog, foi um dos melhores. Talvez o melhor. Abraço, Rodrigo