sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O último Caudilho

Impressionante como a morte de alguém pode significar tanto para o mundo. Nelson Mandela, aos 95 anos de idade, deixou seu nome marcado na história, por uma luta de união e dignidade da pessoa humana. Não vejo possibilidade de alguém lutar pela dignidade da pessoa humana sem que seja um humano de verdade, que enxergue nas coisas simples da vida uma razão de viver. Pois Mandela sempre teve razão para viver.

Alguns tentam entrar para a história através de grandes feitos (ou grandes obras), que em verdade nada mais é que um populismo imposto. Ouso dizer que Nelson Mandela foi grande justamente porque nunca almejou tal condecoração. Num mundo racista em que vivemos (por favor, não sejamos hipócritas de imaginar o contrário), ver unanimidade em torno da figura de um negro não é para qualquer um. Nelson Mandela não é qualquer um.

Certa feita, ainda nos bancos escolares, escrevi um poesia em homenagem ao Dr. Leonel de Moura Brizola que ganhou destaque pelos corredores da escola. Intitulei-a “Último Caudilho”. Estou certo que não errei em chamar Brizola de caudilho; entretanto, acho que posso ter me enganado ao classifica-lo como o último. Nelson Mandela, embora de outro continente (onde sequer sabem o que significa caudilho), foi o último caudilho.

Não precisou de nada além do respeito de seu povo e da dignidade que deve pairar na alma de todo ser humano. Lutou desarmado e fez vencer a razão. Merece, pois, todo o meu e o seu respeito incondicional. Denota-se que pouco usei o passado e muito o presente. Poderia ter utilizado o futuro também. Um homem como Nelson Mandela nunca morre; morre seu corpo, mas, seu legado, fica para a história.

Eis, então, o último caudilho. Vá em paz.


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