sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Tréplica ao Observador

Vou destacar algumas passagens do bom texto escrito pelo Bruno, intitulado “O observador”, em vermelho. A minha singela tréplica está em azul.

“Me imaginava como um militante da esquerda, nos primórdios da minha luta política. [...]Com o passar do tempo e o meu amadurecimento como pessoa, cheguei a clara conclusão que de esquerda eu nunca fui. Mas também não podia me considerar de direita. Logo, sou do centro? [...] Não posso ficar em cima do muro. Sou do que então, afinal?”

Há uma citação espetacular atribuída por alguns a Clemenceau e por outros a Churchill, que diz o seguinte: "Um homem que não seja socialista aos 20 anos não tem coração; um homem que permaneça socialista aos 40 não tem cabeça". Nada mais natural então que considerar-se de esquerda quando jovem. Esquerda é a ideologia que abraça causas utópicas e é na tenra juventude que geralmente se quer mudar o mundo. Mas à medida que crescemos, percebemos que antes de mudar o mundo temos de arrumar o quarto e antes de gritar por justiça social, temos de procurar um emprego para poder se sustentar. Tu perguntas “sou do que”? Não se preocupe com isso. Para fazer e acontecer não há necessidade de pertencer a um grupo ou a uma categoria. Basta ser um indivíduo de princípios coesos e ideais realistas.

[...] em um país livre, tal qual o nosso, as pessoas podem (e devem) ter o direito de simplesmente não querer saber de política.[...] Eu jamais deixarei de gostar da política, aquela tradicional fomentadora do debate. Mas não gosto da política apresentada hoje em dia. [...] Desta forma, sou um dos tantos que, hoje, não estaria disposto a abraçar o teu exemplo de partido. Fugindo da raia? Não, apenas esperando e observando.

A primeira questão aqui é sobre a própria definição de política, que geralmente é confundida com partidarismo. Não pensemos que alguém politicamente atuante precisa ter filiação ou ser um militante. No meu entender, acompanhar o noticiário, interpretar notícias, debater fatos respeitosamente e ter opinião própria já são grandiosos atos políticos. Por isso eu evito falar que “não me interesso e todos tem liberdade para não se interessar”; frases assim, apesar de estarem baseadas num direito, apenas estimulam votos alienados que cairão no colo de algum candidato duvidoso. Aqueles que não se interessam por política são geralmente governados por aqueles que se interessam.

Poderia eu entender que esperar e observar seriam atitudes neutras? Há de se estar atento. Colocar-se como neutro é ficar sempre do lado de quem é mais poderoso. Explico: Se alguém vê um menino de 15 anos disputando uma bala com um menino de 5 anos e diz “Não vou me meter”, bem já se meteu. Porque ficar omisso é ficar do lado de quem vai ganhar e é claro, no exemplo dado, o de 15 anos ganhará do menino de 5.


Esta tréplica não tem como intenção causar polêmica ou ganhar uma discussão. Obviamente sou firme nos meus pontos de vista, e o leitor decide o melhor argumento. Mas meu objetivo aqui é mostrar que a amizade e o companheirismo convivem com a divergência de ideias. Ganham o blog e acredite.... o país!

Por Rodrigo de Bem Nunes

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse e o meu guri. Meus parabéns pela explanação. Isso me faz pensar que deve ter muita gente pensando assim e sem dúvida existe um futuro melhor.
Aristeu