Vou
destacar algumas passagens do bom texto escrito pelo Bruno, intitulado “O
observador”, em vermelho. A minha singela
tréplica está em azul.
“Me imaginava como um
militante da esquerda, nos primórdios da minha luta política. [...]Com o passar
do tempo e o meu amadurecimento como pessoa, cheguei a clara conclusão que de
esquerda eu nunca fui. Mas também não podia me considerar de direita. Logo, sou
do centro? [...] Não posso ficar em cima do muro. Sou do que então, afinal?”
Há uma citação espetacular atribuída por alguns a Clemenceau e por
outros a Churchill, que diz o seguinte: "Um homem que não seja socialista
aos 20 anos não tem coração; um homem que permaneça socialista aos 40 não tem
cabeça". Nada mais natural então que considerar-se de esquerda quando
jovem. Esquerda é a ideologia que abraça causas utópicas e é na tenra juventude
que geralmente se quer mudar o mundo. Mas à medida que crescemos, percebemos
que antes de mudar o mundo temos de arrumar o quarto e antes de gritar por
justiça social, temos de procurar um emprego para poder se sustentar. Tu
perguntas “sou do que”? Não se preocupe com isso. Para fazer e acontecer não há
necessidade de pertencer a um grupo ou a uma categoria. Basta ser um indivíduo
de princípios coesos e ideais realistas.
[...] em um país livre, tal
qual o nosso, as pessoas podem (e devem) ter o direito de simplesmente não
querer saber de política.[...] Eu jamais deixarei de gostar da política, aquela
tradicional fomentadora do debate. Mas não gosto da política apresentada hoje
em dia. [...] Desta forma, sou um dos tantos que, hoje, não estaria disposto a
abraçar o teu exemplo de partido. Fugindo da raia? Não, apenas esperando e observando.
A primeira questão aqui é sobre a própria definição de política,
que geralmente é confundida com partidarismo. Não pensemos que alguém
politicamente atuante precisa ter filiação ou ser um militante. No meu
entender, acompanhar o noticiário, interpretar notícias, debater fatos
respeitosamente e ter opinião própria já são grandiosos atos políticos. Por
isso eu evito falar que “não me interesso e todos tem liberdade para não se
interessar”; frases assim, apesar de estarem baseadas num direito, apenas
estimulam votos alienados que cairão no colo de algum candidato duvidoso.
Aqueles que não se interessam por política são geralmente governados por
aqueles que se interessam.
Poderia eu entender que esperar e observar seriam atitudes neutras?
Há de se estar atento. Colocar-se como
neutro é ficar sempre do lado de quem é mais poderoso. Explico: Se alguém
vê um menino de 15 anos disputando uma bala com um menino de 5 anos e diz “Não
vou me meter”, bem já se meteu. Porque ficar omisso é ficar do lado de quem vai
ganhar e é claro, no exemplo dado, o de 15 anos ganhará do menino de 5.
Esta tréplica não tem como intenção causar polêmica ou ganhar uma
discussão. Obviamente sou firme nos meus pontos de vista, e o leitor decide o
melhor argumento. Mas meu objetivo aqui é mostrar que a amizade e o
companheirismo convivem com a divergência de ideias. Ganham o blog e
acredite.... o país!
Por Rodrigo de Bem Nunes
Um comentário:
Esse e o meu guri. Meus parabéns pela explanação. Isso me faz pensar que deve ter muita gente pensando assim e sem dúvida existe um futuro melhor.
Aristeu
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