Meu
amigo Rodrigo de Bem Nunes, novo colaborador do Blog do Campeiro
iniciou seu texto "Esquerda, Direita, Hipocrisia e Marketing"
com o seguinte questionamento: "Você é de direita
ou de esquerda?". Embora tenha prometido a mim mesmo não
me envolver mais com a política, não me furto a falar
dela quando cutucado. Antes de qualquer coisa, aliás, queria
dizer que o texto do amigo Rodrigo é excelente, objetivo e
toca num ponto central: o que é ser de direita ou de esquerda, afinal? Ainda exista tal diferença no Brasil de hoje em dia?
Respondo: creio que não!
Me
imaginava como um militante da esquerda, nos primórdios da
minha luta política. Sim, muito militei com o objetivo de, um
dia, tornar-me prefeito de São Francisco de Paula. Com o
passar do tempo e o meu amadurecimento como pessoa, cheguei a clara
conclusão que de esquerda eu nunca fui. Mas também não
podia me considerar de direita. Logo, sou do centro? Fosse um covarde
e não corresse o sangue gaudério em minhas veias
tenderia a dizer isso; mas não, não posso ficar em cima
do muro. Sou do que então, afinal?
Pois
com os dias passando, depois de muito observar (é observando
que se aprende), comecei a achar que o problema não estava em
mim, que não conseguia me enxergar em um lado da política,
mas sim, na política que não conseguia se enxergar em
mim. Mesmo com o sangue de políticos correndo em minhas veias,
cheguei a conclusão que, o melhor que faço é
deixar a política de vez. Quando meu pai tomara esta decisão,
no mesmo caminho, não conseguia compreender. Mas aí
vieram os anos e os cabelos brancos.
O
que acontece, meu caro Rodrigo, é que em um país livre,
tal qual o nosso, as pessoas podem (e devem) ter o direito de
simplesmente não querer saber de política. Quer em
função do desalento com os nossos políticos,
partidos, corrupção ou por não gostar mesmo da
política. Eu jamais deixarei de gostar da política,
aquela tradicional fomentadora do debate. Mas não gosto da
política apresentada hoje em dia, da hipocrisia e do
marketing, tal qual mencionaste (e bem!). Desta forma, sou um dos
tantos que, hoje, não estaria disposto a abraçar o teu
exemplo de partido. Fugindo da raia? Não, apenas esperando e
observando.
Como
falei, hoje em dia eu sou um observador. E como observo!
Abraço
a todos.
Um comentário:
Tava inspirado em... pelo que já li do blog, foi um dos melhores. Talvez o melhor. Abraço, Rodrigo
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